O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que os homens e mulheres socialistas têm o compromisso de ampliar a luta da democracia contra o autoritarismo do governo conservador de Jair Bolsonaro.
Essa luta, segundo Siqueira, deverá acontecer além dos parlamentos, governos e do direito de votar. Deverá ser realizada no âmbito dos diferentes segmentos que compõem a sociedade, pois democracia exige participação e direitos.
“Não há democracia, senão uma caricatura dela, se a liberdade não é acompanhada de direitos que lhe correspondem, tanto direitos econômicos, sociais, à diversidade, à participação da mulher e todos aqueles assegurados pela Constituição, que está correndo risco de ser desmontada por este governo”, afirmou o presidente durante a abertura do “Seminário de Mulheres Socialistas – Força, luta e resistência”, realizado na noite desta quinta-feira (30), em Brasília.
Siqueira fez uma análise da conjuntura política nacional nos cinco meses do atual governo e dos desafios da oposição frente aos retrocessos sociais advindos do discurso e das ações da extrema-direita no poder do Brasil.
Para o presidente do PSB, a atual conjuntura decorreu de uma crise do sistema político brasileiro que não foi capaz de se autorreformar e de se atualizar. Por isso, ele disse ser necessário que o próprio PSB e os demais partidos se renovem, mas sem mudar sua identidade e abandonar suas bandeiras.
“Não foi um discurso de solução dos problemas nacionais que levou à vitória de Jair Bolsonaro e de seu partido. Mas sim um discurso profundamente negativo, racista, machista, preconceituoso e que despertou na sociedade brasileira os instintos mais primitivos que estavam adormecidos e foram despertados em uma militância que apoiou uma candidatura sem precedentes na história do país”, disse.
O socialista ressaltou ser necessário que a militância socialista seja mais aguerrida e exigente consigo mesma para que, juntamente com os movimentos sociais, estudantes, sindicatos, possa se somar e caminhar contra essa “marcha da insensatez”.
“Vocês, mulheres, e todos os militantes, nossas bancadas, nossos segmentos sociais, precisam ir para as ruas porque não é só no parlamento que precisamos vencer essas batalhas, mas principalmente nas ruas, como aconteceu de uma maneira expressiva nas manifestações contra os cortes na educação e que acho que surtiram alguns efeitos”, convocou.
“Não podemos ser pessimistas ao ponto de achar que esse retrocesso não tem fim. Se nesse momento triunfaram as piores ideias que podiam existir na sociedade, também poderão triunfar aquelas que estão dentro do PSB, de vários outros partidos e da sociedade brasileira, pela democracia, pela liberdade, e pelos direitos sociais”.
Sobre a reforma previdenciária, Siqueira destacou que “é um tiro” nas três colunas que sustentam a seguridade social (assistência, saúde e previdência) e lembrou da posição e da campanha do PSB contra a proposta do governo Bolsonaro.
Em 25 de abril deste ano, o Diretório Nacional do partido decidiu fechar questão contra o texto aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), da Câmara dos Deputados. Os membros do diretório voltarão a se reunir para apreciar o relatório sobre a PEC nº 6/2019 quando for apresentado na Comissão Especial da reforma. Em 8 de maio, com o mote “ESSA Reforma da Previdência NÃO!”, o PSB lançou uma campanha nacional crítica à proposta.
A secretária nacional das Mulheres Socialistas, Dora Pires, destacou que o encontro é de fundamental importância para a formação política das participantes diante do atual momento político.
“Ataques contras os direitos já garantidos das mulheres vêm de todos os lados e, para enfrentarmos essas batalhas, é preciso estarmos bem informadas, qualificadas e com unidade de pensamento. Isso é essencial para o desenvolvimento e o aprimoramento da nossa resistência e das nossas pautas políticas e sociais”, defendeu.
A abertura do evento contou ainda com a participação da vice-governadora socialista do Espírito Santo, Jacqueline Moraes, e de secretárias estaduais de 25 Estados e do Distrito Federal. O seminário segue até domingo (2), no Allia Hotel, em Brasília.
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Assessoria de Comunicação/PSB Nacional