Adna dos Santos, mais conhecida como Mãe Baiana de Oyá, ganhou o Prêmio FAC Cultura Mulher, que reconhece mulheres notáveis com contribuições significativas no cenário cultural e no combate à violência contra a mulher. Filiada ao PSB, ela dirige o terreiro de candomblé Ylê Axé Oyá Bagan, localizado no Núcleo Rural Tamanduá, na Serrinha do Paranoá, no Distrito Federal.
“É com muita alegria que recebo esse prêmio que reconhece mulheres fazedoras de cultura. Eu, @maedoradeoya e Ekedi @steffanieoliveira, todas mulheres de terreiro, atuamos pela cultura de matriz africana no DF e recebemos esse premio das mãos do secretário de cultura @claudio_abrantes“, afirmou em uma publicação nas redes sociais.
O prêmio, concedido pelo governo do Distrito Federal, destaca o papel vital que as mulheres desempenham em suas comunidades e na promoção da cultura e igualdade de gênero. O prêmio abrange as categorias geral, PcD, acima de 60, negras, quilombolas e indígenas, além de entidades.
Mãe Baiana já atuou na Fundação Cultural Palmares, onde foi chefe da Divisão de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares. No cargo, implementou o Mapeamento de Terreiros, defendendo projetos de incentivo à cultura negra, pelas matrizes africanas e respeito às minorias.
Em 2022, Mãe Baiana se candidatou ao cargo de deputada federal pelo DF. Em outubro deste ano, recebeu o título de doutora honoris causa pela Ordem dos Capelães do Brasil. “É muito importante para nós, comunidades tradicionais de matrizes africanas e ameríndias, essa honraria porque nos ajuda na manutenção da nossa forma de viver e no combate ao racismo religioso“, disse.
Umas das lutas de Mãe Baiana é contra a intolerância religiosa, que cresceu 173% no Brasil, em três anos, segundo dados do “Relatório sobre Intolerância Religiosa: Brasil, América Latina e Caribe“, do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas e do Observatório das Liberdades Religiosas.
De acordo com o estudo, as religiões de matriz africana são as mais atingidas. Em 2019, foram registrados 477 casos de intolerância religiosa. Em 2020 foram 353 registros, e em 2021, 966 ocorrências, um aumento de 173% em três anos. Os números de 2022 não foram informados.
Com informações da Revista Cenarium