Autor: Flávio Dino, governador do Maranhão
A história do povo do Maranhão é marcada pela pluralidade. Nesse emaranhado, os quilombos são símbolos de luta e resistência. E também de busca pela liberdade, que só existe de verdade com a concretização ampla de direitos individuais e coletivos.
Rememoro o trinômio de ideais defendido durante a Revolução Francesa no século 18: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Esta combinação é indissociável e deve prevalecer como base de qualquer sociedade que se propõe a garantir justiça ao seu povo. É assim no novo Maranhão que temos construído nos últimos 6 anos, em que a defesa da liberdade e da solidariedade não é pura retórica, consolidando-se de forma prática, a partir de ações efetivas e políticas públicas que se realizam todos os dias.
Aqui, estabelecemos desde o primeiro ano de gestão o Programa Maranhão Quilombola, baseado em eixos fundamentais com foco na melhoria das condições de vida nas comunidades quilombolas: desenvolvimento local e inclusão produtiva, saúde, educação, infraestrutura e acesso à terra. Assim, já alcançamos comunidades de 49 municípios maranhenses com importantes intervenções sociais, a exemplo de ações de fomento produtivo, como entrega de sementes, kits de irrigação e doações de motores para canoas de pesca artesanal, que impulsionam as atividades econômicas nos quilombos. Ações produtivas que serão impulsionadas com a atuação dos 300 Agentes de Desenvolvimento Rural Quilombola, alcançando cerca de 3.500 famílias com implantação de campos produtivos e mais assistência técnica. Temos cuidado da educação quilombola, com programas específicos e obras de escolas. E implantamos Sistemas de Abastecimento de Água, além de apoio aos municípios quanto à manutenção de estradas vicinais.
Agora, em mais uma conquista, implantamos a Força Estadual de Saúde Quilombola, que vai executar medidas de prevenção, assistência e enfrentamento a situações de risco epidemiológico e assegurar cuidados gerais de saúde. A nova Força de Saúde deve alcançar cerca de 7 mil pessoas por mês, em 102 territórios quilombolas.
Nesse momento em que vivemos a pior crise sanitária já registrada na história do mundo, temos que unir esforços para enfrentar as sequelas e os represamentos nos atendimentos. Portanto, atuar fortemente cuidando da saúde de forma preventiva e garantindo direitos vai ao encontro da nossa missão de cuidar cada vez melhor das pessoas, assegurando qualidade de vida e esperança. O Programa Maranhão Quilombola é uma grande vitória e um caminho de respeito à sociobiodiversidade.