A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (Minc), Márcia Rollemberg, afirmou em entrevista ao CB.Poder Especial, parceria entre o jornal Correio Brasiliense e a TV Brasília, que a retomada da Política Nacional de Cultura Viva e dos Pontos de Cultura passará por um plano de investimento com recursos provenientes da Lei Aldir Blanc. Para o Cultura Viva, serão lançados inicialmente dois editais, que irão fomentar 46 Pontões de Cultura e premiar 1.117 agentes, entidades e coletivos das culturas populares e tradicionais, culturas indígenas, diversidade cultural e pontos de cultura. O investimento previsto totaliza mais de R$ 61 milhões.
“Vamos premiar 1.117 agentes, com quatro prêmios dentro do edital. Um deles é voltado para culturas populares tradicionais, que reconhece o trabalho dos mestres e das mestras de todas as comunidades, incluindo as de matriz africana, ciganos, ribeirinhos e extrativistas — nele, 382 prêmios serão concedidos. O outro é o Vovó Bernaldina, para culturas indígenas, com 110 prêmios para o Brasil todo”, explicou Márcia Rollemberg, nesta quarta-feira (20).
“O 3º prêmio é da diversidade e a gente traz pessoas idosas, iniciativas culturais que são protagonizadas ou que trabalham com a temática e com o público alvo das pessoas idosas, das pessoas com deficiência, da questão LGBTQIA+ e dos pontos de cultura que trabalharam durante todo esse período, muito deles sem fomento Então, é uma premiação que ativa essa rede no Brasil todo”, acrescentou.
A secretária também afirmou que há um edital mais específico e institui um plano de trabalho durante um ano com 46 organizações da sociedade civil que são reconhecidas como ‘Pontões’, articuladores de redes.
“E aí eles têm uma série de compromissos como trazer, contratar e formar agentes. São 610 agentes. Cada Pontão desse tem cinco pontos de Cultura em gestão compartilhada, e aí já mobiliza 276 pontos de cultura no Brasil todo. E são 31 Pontões de território, cada um em um estado, e 15 identitários ou setoriais. Ou seja, eles fazem ativação no território e 15 Pontões fazem uma ativação nacional de redes específicas”, explanou.
A secretária comparou a política Cultura Viva à atenção básica no Sistema Único de Saúde (SUS), ao afirmar que o programa compõe uma base de conhecimentos e perpetuação da cultura brasileira de forma a amparar outras iniciativas. Para Márcia Rollemberg, o programa valoriza saberes e práticas culturas que não tiveram “devido valor dado”.
“A Política Cultura Viva é um sistema nacional, a política de base comunitária. Ela está ali como está para o SUS a atenção básica, como está para a Educação a educação materna-infantil, a educação fundamental, no sentido de ser a camada da universalização de acesso, a política de bens culturais a política de acesso à função, à produção, aos meios de se fazer cultura. E ao mesmo tempo reforça a valorização de saberes e de práticas culturais que muitas vezes não tiveram o devido valor dado, a devida posição. Quando a gente apresenta o Brasil para o mundo, a gente sempre apresenta ele através da cultura popular. Mas geralmente não é a cultura popular o maior objeto de financiamento, por exemplo, da Lei Rouanet”, defendeu.
Assista aos dois blocos da entrevista:
Com informações do Correio Braziliense