
Foto: Minfra
Após o caso da prisão na Alemanha de duas brasileiras que tiveram suas malas trocadas no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB) disse que o governo estuda uma alternativa para tornar o despacho de bagagem mais seguro para o passageiro. Segundo ele, uma das ideias é fazer o registro fotográfico de malas no check-in dos aeroportos. França participou de audiência conjunta das Comissões de de Infraestrutura (CI) e de Desenvolvimento Regional (CDR) nesta quarta-feira (19).
A fotografia seria enviada ao cliente, e serviria como uma espécie de prova para ele. O assunto também é debatido em outros ministérios, como o de Justiça e Segurança Pública. “Vamos conversar com todos os aeroportos que têm voo para exterior, para que cada vez que a pessoa embarque com mala, aquilo seja fotografado e remetido ao celular da pessoa que está embarcando, de maneira que ela tenha consigo a mala que ela viajou fotografada”, explicou.
Segundo França, o ministério planeja finalizar 21 obras em aeroportos regionais em 2023. Em 2024, a expectativa é de entrega de mais 24 obras. A medida faz parte do plano de regionalização dos aeroportos, uma das prioridades do governo para o setor.
O ministro apresentou também dados que mostram que o país já arrecadou R$ 35,5 bilhões em outorgas com as concessões de aeroportos feitas até o momento. O valor do investimento já realizado pelas empresas é de R$ 27,8 bilhões.
Aos senadores, França mencionou alguns dos desafios da pasta: incentivar a infraestrutura portuária com investimentos públicos e privados, desburocratizar e integrar as atividades dos órgãos públicos e estender os serviços concedidos à iniciativa privada nas áreas, por exemplo, de dragagem, manutenção e sinalização.
Casa civil sugere leilão de passagens
Sobre o programa de passagens aéreas a R$ 200, até agora chamado de “Voa Brasil”, o ministro disse que as empresas Latam, Gol e Azul já confirmaram participação na iniciativa. Ele afirmou que a venda das passagens, destinada a estudantes, funcionários públicos e aposentados que recebam até R$ 6.800, deve ter início a partir de agosto. O limite será de quatro bilhetes por pessoa, por ano. As companhias sugeriram a cobrança de até R$ 200 para qualquer trecho, durante “períodos de ociosidade”, como março, abril, maio, agosto, setembro, outubro e novembro.
“Isso permitiu às pessoas voltarem a sonhar. Muita gente falou que com esse número [R$ 200] consegue ter acesso. Não vai ser o voo que quiser. Vai ser o voo que estiver disponível em horários intermediários e de baixa temporada.”
Segundo França, o governo quer acrescentar ainda ao programa o conceito de “leilão” de tíquetes com assentos “finais” que sobrarem nas aeronaves, prática já comum em aeroportos europeus. A ideia foi sugerida pela Casa Civil.
“Nessa proposta dos R$ 200, acrescentamos sugestão da Casa Civil, que é, em sobrando espaço físico depois de tudo acontecer, que também haja leilões no próprio aeroporto para vagas finais, procedimento feito no aeroporto. Se alguém que tenha mais tempo, possa antecipar passagem, vender passagem… Na Europa é muito comum, estudantes ficam nos principais aeroportos esperando o leilão, feito de maneira muito rápida. Vamos acrescentar nessa proposta”, disse França, durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado.
Portos
Em relação aos portos, França afirmou que o setor privado vai investir no setor um total de R$ 75,9 bilhões, de 2023 a 2026. Esse montante é dividido em renovações e prorrogações contratuais, novos arrendamentos portuários, e terminais de uso privado.
O ministro também disse que um dos principais desafios da pasta para os próximos anos é a “exteriorização” dos portos, que consiste em estender o porto para dentro do mar. Dessa forma, os navios podem ter acesso a um calado maior sem que seja necessário fazer dragagem.
O ministro também voltou a criticar a proposta de privatização do porto de Santos. Segundo ele, o modelo não deu certo no Brasil. O único porto que foi privatizado, o de Vitória (ES), aumentou sua tarifa em 1.580%, criticou.
Sobre hidrovias, França disse que o país tem 19.000 km de rios navegáveis, mas ainda é um desafio identificar os principais corredores logísticos. O valor do orçamento para as hidrovias em 2023 é de R$ 429,5 milhões.
Com informações de Estadão e Poder 360º