
Foto: Ricardo Botelho/MInfra
A expansão de aeroportos regionais, com a inauguração de pelo menos 100 novos locais de pouso e decolagem de aeronaves, é uma das prioridades do governo Lula-Alckmin no setor de aviação, afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), nesta terça-feira (28).
Além de criar novos aeroportos, o governo quer estimular a criação de novas linhas de voos regulares para ligar ao sistema aéreo as regiões desconectadas dos grandes centros do país, disse França, durante participação na abertura da Intermodal, feira do setor de logística que acontece no centro de convenções São Paulo Expo, na zona sul da capital paulista.
Segundo o ministro, a aviação “tem um aspecto humanitário” em um país com dimensões continentais como o Brasil. Por exemplo, pela falta de acesso por aeronaves, a entrega de alimentos a povos ianomâmis leva 16 dias, quando poderia ser feita em apenas quatro horas se a logística pudesse utilizar o transporte por aviões, disse o ministro. “Afinal, dois quilômetros de pista, você liga uma pequena cidade a qualquer lugar do mundo”, declarou.
Ele lembrou ainda que, durante os socorros prestados às vítimas do temporal no litoral norte de São Paulo, a obstrução de pistas fez com que só fosse ser possível chegar a São Sebastião por embarcações ou helicópteros.
Segundo França, hoje há 2,5 mil aeroportos e aeródromos em todo o país, o que é pouco, diante das necessidades dos brasileiros. “Parece muito, mas é pouco diante das imensas necessidades dos brasileiros por transporte de qualidade”, afirmou França, acrescentando que o presidente Lula foi claro ao designá-lo a missão de modernizar e ampliar os setores de responsabilidade da pasta.
Portos públicos defendem interesses nacionais
França, disse ainda durante o evento que o governo não tem restrições à participação do setor privado na infraestrutura, mas enfatizou que não vai abrir mão das autoridades portuárias em todos os portos do País.
Ele citou o papel do Porto de Santos, o maior complexo portuário da América Latina nos socorros prestados às vítimas do temporal no litoral norte de São Paulo ao defender a necessidade de os portos permanecerem públicos.
De Santos, partiram navios da Marinha com doações aos desabrigados pelas chuvas. O porto também passou a ser usado, no descarregamento de petróleo, por navios da Petrobras que não puderam mais atracar em São Sebastião, onde oleodutos da estatal sofreram avarias em função dos deslizamentos.
“Não vamos abrir mão de autoridades portuárias. Lugar nenhum do mundo fez isso e nós não faremos no Brasil”, disse. O ministro apontou o papel estratégico das autoridades portuárias na garantia da soberania nacional e da defesa dos interesses nacionais “num mundo cada vez mais competitivo”.
França destacou destacou a necessidade de mais investimentos em portos e disse que, desde que haja fiscalização, o governo não tem nenhum problema ou preconceito em relação a empresas privadas atuarem em infraestrutura. Serviços de manutenção e sinalização, assim como terminais, podem ser concedidos ao setor privado, porém o ministro deixou claro que a autoridade portuária não está em negociação.
Com informações do Estadão