O PSB garantiu quatro das 28 assinaturas obtidas pelo senador Álvaro Dias que viabilizaram a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. É toda a bancada do partido no Senado. Embora pequeno, o número foi fundamental e chegou em momento decisivo para a obtenção do total de assinaturas exigido – 27. Quando se tinham 25 assinaturas e a lista não crescia, o líder socialista no Senado, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que já tinha assinado a lista, foi à tribuna da Casa e fez um discurso enfático, defendendo a necessidade e mesmo a urgência de se investigar as irregularidades que vêm sendo denunciadas sobre a gestão da maior empresa pública do país.
Assim que Rollemberg acabou o discurso, os outros três senadores do PSB – João Capiberibe (PSB-AP), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Lídice da Mata (PSB-BA) – imediatamente também confirmaram suas assinaturas ao pedido. No caso de Lídice, inclusive, ela veio de avião para Brasília: a senadora, que estava em Salvador de licença médica, fez questão de participar da viabilização da CPI.
Rodrigo Rollemberg protestou veementemente contra a desvalorização da empresa e a partidarização de sua administração, defendendo que transações como a compra da refinaria de Pasadena, que resultaram num prejuízo de mais de R$ 1 bilhão à empresa, requerem uma investigação séria, serena e responsável. “O maior serviço que o Brasil pode prestar à Petrobras neste momento é jogar luzes sobre ela, é dar transparência total a todos os processos existentes da gestão da Petrobras”, afirmou.
A avaliação do líder socialista estava balizada por decisão em caráter de urgência da Comissão Executiva Nacional do PSB, que orientou suas bancadas no Senado Federal e também na Câmara dos Deputados a assinar o requerimento de abertura de CPI da Petrobras nas duas Casas do Congresso Nacional. Em nota, a Executiva Nacional considerou graves as denúncias de irregularidades praticadas contra os interesses da Petrobras que, enfatizou, até o momento não foram esclarecidas pelo governo.
Eduardo – O tema vem fazendo parte de manifestações públicas e entrevistas do presidente Nacional do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, há duas semanas, tendo inclusive sido um dos pontos abordados por ele e a ex-senadora Marina Campos, fundadora da REDE Sustentabilidade, no programa partidário do PSB que foi ao ar na noite desta quinta-feira (27). Em tempo: a gravação do programa ocorreu antes de o caso Petrobras ter tomado as dimensões que levaram à criação da CPI.
Eduardo Campos vem denunciando que é incompreensível e inaceitável que a Petrobras, maior empresa pública do país e referência mundial em seu setor, tenha passado, em apenas três anos, a valer a metade do que valia em 2010 e esteja devendo quatro vezes mais que no mesmo período. Para o líder socialista, o momento é grave e requer que se defenda a Petrobras, “porque com isso estamos defendendo o nosso país, que não pode perder um patrimônio e um legado dessa importância”.
Pelo mesmo motivo, o senador Rodrigo Rollemberg sustenta que, mesmo reconhecendo que há um risco de partidarização das discussões na CPI da Petrobras, o PSB a considera extremamente necessária. “Esse risco existe mas, da parte do PSB, eu posso garantir que a atuação dos senadores e deputados de nosso partido será de muita responsabilidade, de muita serenidade e de muita firmeza", assegurou.