A candidata à presidência da República pela Coligação Unidos pelo Brasil, Marina Silva, acompanhada pelo seu vice, Beto Albuquerque, e a coordenadora geral da campanha, Luiza Erundina, visitou a entidade filantrópica Casa de Isabel, no Itaim Paulista, na periferia da capital. Trata-se de uma instituição de assistência a pessoas em situações de risco e violência, principalmente contra a mulher.
Marina explicou que visitas como essa são importantes para que boas experiências possam ser transformadas em políticas públicas porque podem ser espalhadas pelo país inteiro em parceria com o poder público familiar. Na ocasião, Marina salientou ser preciso que as mulheres vítimas de violência possam estudar e trabalhar para ganhar autonomia financeira, para serem empoderadas dentro dos seus lares e das suas comunidades.
Outra demanda identificada por ela no local foi a moradia digna, que uma grande quantidade delas ainda não obteve. Ela apontou a importância das casas abrigo, porque muitas mulheres correm o risco de vida quando são feitas as denúncias. “Nossa proposta é combinar as políticas sociais já existentes do Minha Casa Minha vida e do Bolsa Família, com outras políticas que possam favorecer a profissionalização, a urbanização dos lotes onde essas mulheres vivem. E que a gente possa ter uma política integrada voltada para que elas saiam da situação do risco e da violência.”
Marina, mais uma vez relembrou os problemas que a indústria está enfrentando, o desemprego, o insucesso da política atual de redução da inflação, a política de juros altos, a crise de credibilidade pela qual o país está passando, enfatizando “que aqueles que negam a realidade não se credenciam para corrigir os problemas porque partem do princípio de que basta ter tempo de televisão para mostrar uma realidade que não combina com a realidade dessas pessoas que a gente encontra no dia a dia, que não são atendidas na saúde, na educação, vivem na violência e não têm a sua casa digna para morar”.
Ela comentou também sobre a realização do segundo turno das eleições, afirmando que o povo tem sabedoria e que uma eleição em dois turnos pode estimular um debate mais profundo e com tempo igual de televisão para todos os partidos. “Eu sinto que há um desejo muito grande de mudança. A sociedade brasileira está dando uma grande demonstração de que quem está renovando a política é a própria sociedade. Ela está mostrando para os partidos, para as lideranças que não quer mais saber do embate, da fofoca, quer saber do compromisso e avaliar as ideias, as trajetórias. E, em cima disso, vai formar a sua opinião.” Ela lamentou “que estejam sendo vocalizadas mentiras, ampliadas mentiras.”
Sobre a independência do Banco Central, Marina disse que isso sempre foi um consenso desde o Plano Real. “Eu não ouvi nenhum partido dizendo que é contra a autonomia do Banco Central. E o presidente Lula até fez uma carta aos brasileiros dizendo que se comprometia em manter os instrumentos da política macroeconômica do governo Fernando Henrique, a autonomia do Banco Central, a responsabilidade fiscal e o controle da inflação.” Tudo isso, criticou ela, “foi negligenciado no governo da presidente Dilma a tal ponto que hoje a realidade que temos é que a autonomia de fato foi corroída na prática”.
Ela afirmou que o Brasil precisa voltar a ter credibilidade. E, para isso, necessita de autonomia. “Não se pode permitir que o Banco Central fique ao sabor dos interesses da lógica do poder pelo poder dos grupos políticos para favorecer a sanha de ganhar as eleições em prejuízo do futuro do país. O Banco Central autônomo é para controlar inflação, adquirir credibilidade – para o país voltar a crescer -, e preservar o emprego.”