O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin elogiou o trabalho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e seu papel na promoção da agricultura familiar em assentamentos e acampamentos em todo o país. Em visita na última semana à 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada no Parque Água Branca, em São Paulo, Alckmin defendeu a reforma agrária e o apoio às iniciativas dos movimentos sociais no campo na produção de alimentos saudáveis e na geração de renda para os trabalhadores rurais.
“O governo do presidente Lula, todos nós, defendemos a reforma agrária. Ela é importante”, afirmou Alckmin, acrescentando que a feira é importante para mostrar o “trabalho que pouca gente conhece”. “Um trabalho sério”, disse. “As pessoas têm a oportunidade de vir aqui, comprar produtos saudáveis e melhorar a renda de quem trabalha”, elogiou.
A feira reuniu, entre 11 e 14 de maio, mais de 1700 produtores agroecológicos de todo o país, organizados em 191 cooperativas e associações de agricultores familiares, em uma grande mostra da luta pela democratização da terra e pela segurança alimentar e sustentável.
“Eu sempre venho às feiras do MST. A primeira vez foi em 2013, quando eu era governador. Havia uma resistência quanto a eles [sem terra] usarem o Parque da Água Branca. Nós autorizamos e eu vim”, disse Alckmin. “São centenas de toneladas de produtos agrícolas, inclusive da agroindústria, à venda pelos próprios camponeses que os produziram. No campo, tem lugar para todos, e a agroindústria tem papel fundamental no desenvolvimento do país”, declarou.
CPI
O vice-presidente negou que as ocupações de terras que o MST promoveu em todo o país ao longo do mês passado tenha impactado as relações do governo federal com o movimento. Ele também contestou a decisão da Câmara dos Deputados de criar uma CPI para investigar o MST e as invasões de terras no país.
“Sou muito cauteloso com esta história de CPI. O trabalho do legislativo é legiferante [ou seja, legislar], não policialesco. Sou muito cauteloso em relação a qualquer CPI. Acho que já há muitos órgãos de fiscalização: TCUs [tribunais de contas], MP [ministério público], Controladoria, Corregedoria. A função precípua [dos deputados e senadores] é legislar bem, aperfeiçoar o modelo legislativo, aprofundar o debate de questões complexas como a reforma tributária, que não é uma situação simples. Você tem que estudar, ouvir bastante. Ou a ancoragem fiscal, [sobre a qual é preciso] aprofundar [a discussão], comparar como outros países fizeram, onde foi bem-sucedido”, acrescentou Alckmin.
Com informações da Agência Brasil