
Aos gritos de “o Brasil voltou”, aliados presentes no evento, como os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ) e Rodrigo Agostinho (PSB-SP) acompanharam a fala do petista e sua promessa de lançar a candidatura para que a COP30, em 2025, seja sediada na Amazônia como um sinal de que “o tempo do Brasil exilado no mundo acabou”.
“O convite para participar deste evento, feito a um presidente recém-eleito antes mesmo de sua posse, é o reconhecimento de que o mundo tem pressa de ver o Brasil participando novamente das discussões sobre o futuro do planeta e de todos os seres que nele habitam”, iniciou Lula.
As ideias apresentadas no discurso de Lula vão na direção contrária à política externa do atual presidente, Jair Bolsonaro (PSL), e mostram o Brasil em posição de liderança no Sul global.
“Infelizmente, desde 2019, o Brasil enfrenta um governo desastroso em todos os sentidos – no combate ao desemprego e às desigualdades, na luta contra a pobreza e a fome, no descaso com uma pandemia que matou 700 mil brasileiros, no desrespeito aos direitos humanos, na sua política externa que isolou o país do resto do mundo, e também na devastação do meio ambiente. Não por acaso, a frase que mais tenho ouvido dos líderes de diferentes países é a seguinte: ‘O mundo sente saudade do Brasil’. Quero dizer que o Brasil está de volta. Está de volta para reatar os laços com o mundo e ajudar novamente a combater a fome no mundo”, afirmou o presidente eleito.
Lula reafirmou compromissos já anunciados em seu governo, como o combate ao desmatamento na Amazônia e a criminalização de atividades ilegais como garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida e a realização da Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica.
Antes de seu discurso, Lula recebeu uma carta dos governadores amazônicos defendendo uma agenda comum para a transição climática.
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) afirmou que o mundo precisa saber que mudanças ocorrerão no país: “Os tempos no Brasil mudaram e o mundo precisa saber disso! Por isso, Lula acerta mais uma vez ao propor que a COP 30, em 2025, seja realizada no nosso país, na Amazônia. Somos uma potência ambiental.”
O coordenador da Frente Ambientalista do Congresso Nacional, deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB-SP), também está na Conferência e reafirmou o compromisso do novo governo com a pauta ambiental. “A postura do novo governo é prova de que o Brasil retornou de vez ao cenário climático global. Nossa comitiva tem um trabalho importante para ajudar a combater as mudanças climáticas no Brasil.”
A deputada eleita e líder índigena Sônia Guajajara (PSOL-SP) comemorou o momento que o Brasil vive. “Vamos voltar para o lugar de nunca deveríamos ter saído. É um momento muito bom, a gente volta a respirar. Lula fala da proteção da Amazônia, da participação popular, desse espaço da sociedade civil e era isso que a gente precisava, voltar à democracia escutando as pessoas”, disse a parlamentar cotada para assumir o Ministério dos Povos Originários, pasta que Lula reafirmou a criação no evento.
Na quinta, Lula participará de um evento no Brazil Climate Action Hub — espaço que a sociedade civil brasileira realiza pela terceira COP consecutiva na zona diplomática da ONU. Mais tarde, se encontrará com representantes de povos indígenas.
Lula desembarcou no Oriente Médio na madrugada de terça, e teve reuniões bilaterais com os representantes climáticos da China, Xie Zhenhua, e dos EUA, John Kerry. Com ambos, falou sobre a Guerra na Ucrânia e reforçou seu objetivo de recuperar a liderança brasileira no cenário internacional — afirmou que pretende levar o Brasil de volta às conversas sobre meio ambiente e questões globais sem negacionismo sobre o aquecimento do planeta provocado pela ação humana.
Com informações da Carta Capital e Estadão