Na terça-feira (23) completaram-se cinco anos do falecimento de Ariano Suassuna, dramaturgo, poeta, escritor, amante incondicional de seu povo e de seu país.
Em favor desse mesmo povo, Suassuna confiava no socialismo como meio para garantir uma vida digna. “Se eu não acreditasse e não mantivesse a fé no socialismo no mundo inteiro, seria uma pessoa desesperada. Penso que é pra onde o homem caminha e isso a gente devia saber desde Cristo e os primeiros apóstolos”, disse.
“Está escrito nos atos dos apóstolos: todos tinham tudo em comum, quando um precisava todos ajudavam e ninguém tinha nada como seu. A meu ver, enquanto houver um miserável, um homem com fome, o sonho socialista continua”, afirmou o presidente de honra do PSB.
Suassuna apresentou uma das definições mais claras e simples do que, para ele, representavam as visões políticas de esquerda e direita: “Quem é de esquerda luta para manter a soberania nacional e é socialista. Quem é de direita é entreguista e capitalista. Quem, na sua visão do social, coloca ênfase na justiça, é de esquerda. Quem a coloca na eficácia e no dinheiro, no lucro, é de direita”.
Natural da cidade de Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, capital da Paraíba, Suassuna era um erudito que se disfarçava na fala de sertanejo, com sotaque pernambucano. “No Brasil existem dois países: o Brasil oficial e o Brasil real. Eu interpreto que o Brasil oficial é o nosso, dos privilegiados. E o país real é o do povo”, dizia.
“A classe dirigente do Brasil quer que o Brasil seja uns Estados Unidos de segunda ordem. Eu não quero nem que seja Estados Unidos de primeira. Eu quero que o Brasil seja o Brasil de primeira”.
Homem das letras, era absoluto no auditório e insuperável no dom de contar histórias. Suas aulas-espetáculo deixavam o público encantado. Falava que gostava de rir e de fazer rir.
Em uma entrevista publicada no jornal do Sindicato dos Previdenciários de Pernambuco, em dezembro de 1994, ele deixa clara sua visão crítica ao neoliberalismo:
“A essência do neoliberalismo é a de um sistema que tem como núcleo o lucro. Todo regime capitalista – e o neoliberalismo é um deles – é assim. Isso por natureza é um regime cruel e desumano. O único regime que não coloca o lucro como núcleo é o socialismo”.
Ariano Suassuna morreu no Recife, em 2014, aos 87 anos, depois de complicações por causa de um AVC.
Fontes: Pravda.ru, Portal Vermelho, Portal GGN, Revista Fórum e Agência Brasil