O deputado federal Hugo Leal (RJ), presidente da comissão externa da Câmara criada para acompanhar a intervenção federal no Rio de Janeiro, cobrou do interventor, general Walter Braga Netto,“prioridade absoluta” na apuração do crime de assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco, em reunião nesta segunda-feira (19), no Centro Integrado de Comando e Controle, na capital do Rio de Janeiro.
O encontro reuniu 24 parlamentares que integram a comissão, além do interventor e de integrantes dos governos federal e do estado do Rio de Janeiro, para avaliação do planejamento da operação, das ações realizadas no primeiro mês de intervenção e do orçamento para a execução dos projetos.
“Temos a garantia dos generais que esse crime brutal está sendo tratado como prioridade absoluta e esperamos respostas o mais breve possível”, destacou Hugo Leal, após a reunião.
Durante o encontro, Braga Netto apresentou levantamento que aponta um déficit de R$ 3,1 bilhões no orçamento da segurança pública do Rio. Desse total, R$ 1,6 bilhão são dívidas com pessoal e fornecedores feitas em 2017. O restante, R$ 1,5 bilhão, é o total que o governo do estado precisa para quitar gastos até o fim deste ano.
O presidente Michel Temer prometeu liberar R$ 1 bilhão para o Rio como parte do pacote da intervenção. Segundo o deputado Alessandro Molon (RJ), membro da comissão, o grupo ficou “muito impressionado com ausência total de recursos para a realização da intervenção”.
Molon afirmou que o interventor deixou claro que a necessidade para este ano é pagar os atrasados. E para fazer frente às necessidades até o final do ano, o gasto é da ordem de R$ 3 bilhões, “o que faz com que esse anúncio de R$ 1 bilhão feito pelo governo seja totalmente insuficiente”, criticou o deputado.
Para o socialista, o cenário descrito pelo general reforça a ideia de que a decisão de decretar a intervenção federal na segurança foi irresponsável.
“Tudo leva a crer que foi uma ação improvisada, sem planejamento e meios para tirar a segurança pública da grave situação na qual se encontra. Apesar de todo o empenho que os militares estão demonstrando, faltam meios para que o trabalho seja realizado com sucesso”, criticou Molon.
Hugo Leal afirmou ainda que o gabinete de Intervenção deverá apresentar um planejamento mais detalhado na próxima semana. “Para nós restam dúvidas. Existe, sim, um planejamento que foi apresentado. Mas esse planejamento demandará desdobramentos”, explicou.
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