O número de crianças de 6 a 7 anos que não sabem ler e escrever subiu de 1,43 milhão para 2,39 milhões, entre 2019 e 2021, um crescimento de 66,3%, aponta levantamento do Todos Pela Educação, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE.
Entre as crianças mais pobres, pretas e pardas, esse aumento foi maior. O porcentual das que têm menos condições e que não sabem ler e escrever saltou de 33,6% para 51%, enquanto entre as mais ricas, o aumento foi de 11,4% para 16,6%.
Os porcentuais de pretas e pardas que não sabiam ler e escrever passaram de, respectivamente, 28,8% e 28,2% para 47,4% e 44,5% entre 2019 e 2021. Entre as brancas, o crescimento foi de 20,3% para 35,1% no período.
Na avaliação do deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE), o resultado é reflexo da omissão do Ministério da Educação de seu papel como articulador do ensino para o enfrentamento da pandemia. “O negacionismo do governo Bolsonaro durante a pandemia corroborou para o agravamento das desigualdades na educação”, afirmou.
O socialista afirma que o governo Bolsonaro, além da omissão, obstruiu as ações que tinham como objetivo criar condições para escolas e alunos atravessarem o período. O deputado cita como exemplo a Lei 14.172/2021, que garante tablets e internet para alunos e professores da rede básica de ensino público.
“O governo federal trabalhou intensamente contra nosso projeto de lei. Agora, o presidente diz que vai investir R$ 3,5 bilhões para conectividade nas escolas. Isso chega a ser cinismo. Esse dinheiro era para ter chegado nas redes públicas há, pelo menos, um ano”, criticou.
Danilo Cabral disse que o governo atuou contra a aprovação da proposta no Congresso Nacional e, depois de aprovada pelas duas Casas Legislativas, Bolsonaro vetou. Em seguida, publicou decreto para tentar não cumprir a lei e chegou a ir ao Supremo Tribunal Federal.
“Enquanto o governo federal jogou contra todas as iniciativas para ajudar, o Congresso Nacional trabalhou para destinar recursos para a educação, contra os cortes de recursos. Nós precisamos que o MEC se posicione sobre o Sistema Nacional de Educação (SNE) e o custo qualidade-aluno, que visa reduzir desigualdades no financiamento da educação, pautas que estão em tramitação na Câmara dos Deputados”, disse Danilo Cabral.
Com informações da assessoria de imprensa
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