Eduardo Campos defendeu nesta quinta-feira (31) o fortalecimento do pacto federativo e o aumento dos repasses aos municípios brasileiros para que possam implementar políticas que tenham efeito direto na vida do cidadão. O candidato à Presidência da República pela Coligação Unidos pelo Brasil participou de manhã, em Porto Alegre (RS), de um painel organizado pela Famurs (Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul).
O ex-governador voltou a dizer ser favorável ao aumento de dois pontos percentuais no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), posição que já havia defendido durante a Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, realizada em maio. O repasse, que hoje é de 23,5% de todas as receitas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e do IR (Imposto de Renda), alcançaria 25,5%. “Esse é um compromisso programático nosso. Para que nós possamos tirar da falência, da pré-falência, os municípios”, afirmou.
Isso, porém, não basta. “Precisamos fazer a economia brasileira voltar a crescer, porque, se der os 2% e o Brasil seguir crescendo do jeito que está, também não vai melhorar a vida do brasileiro. O Brasil precisa reencontrar o caminho do desenvolvimento econômico com distribuição de renda”, disse. “Estamos vivendo o pior cenário, baixo crescimento, inflação que volta e juros lá em cima. Esse é o cenário que vai derreter o emprego e já está derretendo na indústria.”
Eduardo criticou a política de desonerações do governo federal, que afeta fortemente os repasses aos municípios. “No passado, quando tiravam dos municípios a receita, num primeiro momento, a economia crescia e havia, de certa forma, uma compensação. Agora. tiraram e não veio compensação nenhuma. Pelo contrário, veio o mais baixo crescimento da história do Brasil. Nesses quatro anos, o Brasil vai crescer a menor proporção em toda a história da República e os municípios estão pagando a conta mais cara da insatisfação da população”. Lembrou que, nos últimos 20 anos, tanto os governos do PSDB quantos os do PT “tiraram dos municípios a participação no bolo tributário”.
Depois do encontro com os prefeitos gaúchos, Eduardo e Marina Silva, candidata à Vice-Presidência, caminharam no calçadão da Rua da Praia e, em seguida, se encontraram com dirigentes da Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul).
Ouça a íntegra da entrevista concedida por Eduardo Campos ao final de sua apresentação na Famurs: http://bit.ly/1xGnlER