Em seus discursos, o presidente Jair Bolsonaro ameniza os riscos de os jovens desenvolverem sintomas mais graves ou mesmo morrerem em decorrência do novo coronavírus. Mas, dados preliminares revelam que há um percentual significativo de mortes de pessoas com menos de 60 anos no Brasil, maior do que o observado na China, por exemplo.
No Rio Grande do Norte, a secretaria estadual de saúde confirmou nesta terça-feira (31) a morte do gastrólogo Matheus Aciole, de 23 anos. Ele é o mais jovem a ter morte pela Covid-19 confirmada no país.
De acordo com o Ministério da Saúde, os óbitos de pessoas com idade inferior a 60 anos representam 10% do total. Quando se trata de casos graves, os jovens representam quase a metade do total de acometidos pela doença.
Na última semana, o chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS) Tedros Ghebreyesus chamou atenção dos jovens na última semana ao afirmar que eles não são “invencíveis”.
“Hoje tenho uma mensagem para os jovens: vocês não são invencíveis. Esse vírus pode levá-los ao hospital por semanas, e até matá-los. Mesmo que não fiquem doentes, as escolhas que fazem podem ser uma questão de vida ou morte para outra pessoa”, alertou.
Nos EUA, há um percentual maior que na China de casos de mais jovens contaminados. Dos 508 internados em UTI, 38% tinham entre 20 e 54 anos. Entre os casos mais graves, 50% deles tinham menos de 65 anos.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA observou que ainda é cedo para avaliar o perfil demográfico que a doença tomará fora da China. Mas destacou que é preciso não subestimar a ocorrência de casos de gravidade entre adultos e jovens.