O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse, nesta quinta-feira (12), que a crise política atinge o Parlamento, e não só Poder Executivo. “O Legislativo tem corresponsabilidade”, afirmou durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que ouviu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sobre fatos apurados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Não vamos fechar os olhos para a crise, a sociedade está acompanhando.”
Delgado disse acreditar que Cunha, os deputados Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Roberto Balestra (PP-GO) e o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) não têm envolvimento nas irregularidades que atingem a Petrobras. Eles estão na lista dos supostos envolvidos no esquema de corrupção da estatal encaminhada pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal. “Conheço a história deles e a trajetória na Casa”, observou. “Mas tenho certeza que outras pessoas dentro deste Parlamento estão envolvidas”, completou. “Alguém usou o nome de Heinze e recebeu por ele e por essa pessoa”, acrescentou. “Houve participação de partidos.”
Segundo Júlio Delgado, a crise está do outro lado da Praça dos Três Poderes, no Palácio do Planalto, mas “o PMDB está do outro lado da rua”, já que pertencem à legenda o vice-presidente da República e seis ministros de Estado. “O PMDB participa do governo”, salientou. “Vamos ter que ter muita paciência para, nesta CPI, separar o joio do trigo, mas tem muito joio aqui. Temos que quebrar sigilos, ouvir todos os envolvidos e, se preciso, questionar a delação premiada”, afirmou. “Esta CPI vai ajudar a lavar a Lava Jato.”
Informações da Agência Câmara