“É preciso ter uma atenção social nesse aspecto. E também com as futuras gerações para que isso não seja apenas uma questão de mais acumulação de capital, que faz parte do atual estágio de desenvolvimento do capitalismo, mas é necessário que a riqueza criada seja distribuída aos que ficaram para trás e haja outras formas de tributação para preparar o futuro dos que estão jovens hoje”, explicou.
“O olhar humano dos socialistas sobre o desenvolvimento tecnológico do Brasil e das futuras sociedades mundiais é pensando a curto, médio e longo prazo, porque é necessário que haja esse projeto nacional de desenvolvimento e se compreenda e tenha clareza das grandes potencialidades do país e como desenvolvê-las com justiça social e diminuição das desigualdades sociais”, esclareceu.
Para Siqueira, ou nós entramos na Era do Conhecimento e na 4ª Revolução Industrial ou ficaremos para trás e teremos, no futuro, um país decadente. Ele destaca ser inadmissível que o Brasil, com as suas potencialidades, viva esse “desastre” porque “não seria justo com as futuras gerações”.
“Por isso o PSB, através de sua Autorreforma não quer apenas mudar a forma de fazer política internamente, democratizar o partido, mas nós queremos entrar no conteúdo das coisas, de um projeto nacional de desenvolvimento e nisso estão incluídas a inovação, a tecnologia e a criatividade”, disse o presidente socialista, destacando a adoção pelo partido da economia criativa e do renascimento criativo da indústria como propostas estratégicas de desenvolvimento para o país.
As afirmações de Carlos Siqueira foram feitas durante o 13º programa do Ciclo Revolução Brasileira no Século 21, realizado virtualmente na noite desta quarta-feira (21) nas redes sociais do PSB.
Participaram do debate o deputado federal e presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Aliel Machado (PSB-PR), o coordenador do site Socialismo Criativo e presidente do Instituto Pensar, Domingos Leonelli, e a coordenadora da Região Sudeste da JSB Nacional, Juliene Silva. O integrante do Diretório Nacional, James Lewis, mediou o encontro on-line que teve como tema a Inovação Tecnológica e a Criatividade.
Aliel Machado destacou que a inovação tecnológica e a criativa são temas fundamentais, entre todos os outros, debatidos na Autorreforma do PSB. “Esse assunto engloba a engrenagem para que a gente possa colocar em prática aquilo que está na utopia daqueles que querem desenvolvimento, crescimento, diminuição da desigualdade, progresso, soberania. Tudo isso depende da educação, da ciência, da tecnologia que é hoje o mecanismo de guerra utilizado pelas nações para poder evoluir”, disse.
O deputado afirmou que o PSB ingressou com uma ação em que pede aos órgãos de justiça a proibição do contingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Para ele, o desenvolvimento científico e tecnológico do país, o avanço da indústria e as novas tecnologias dependem de investimento e de valorização das instituições e dos pesquisadores.
“Nós estamos perdendo esses profissionais porque não há condições de trabalho e há um ataque sistemático de um grupo autoritário que está no poder que ataca a Ciência e os cientistas, num contexto de pandemia, e que chega a negar a própria ciência e os mecanismos que salvam a vida das pessoas”, criticou.
Domingos Leonelli apontou que o Brasil é o 66º país em inovação tecnológica. Ele elogiou a Lei 13.243/2016, considerada o Marco Legal da Inovação, mas lamentou que não tenha sido aplicada de forma prática na Era do 5G, da conectividade. “Embora tenhamos uma das maiores economias do mundo, estamos na rabeira em inovação”.
A respeito do Marco Legal da Inovação, Machado destacou que o contexto de crise econômica na época em que a lei foi sancionada, em 2016, não permitiu que ela avançasse. Todavia, destacou a aprovação do Marco Civil da Internet, que teve como relator o deputado federal e atual líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), e a proposição de novas leis que tratem das tecnologias atuais na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, que preside.
“Por exemplo, vamos ter um boom da Inteligência Artificial, com a chegada do 5G e com pesquisadores qualificados e renomados, poderemos ter um boom de desenvolvimento tecnológico no nosso país, mas precisamos regulamentar isso e trazer para dentro da legislação algo que não inviabilize isso, a criação de startups também é outro proposta em discussão”, exemplificou o deputado, destacando como pontos essenciais para esse desenvolvimento tecnológico no Brasil a não burocratização e os investimentos do Estado.