Governo da Paraíba lança campanha de igualdade racial, por meio da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana, nesta quarta-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra. O lançamento aconteceu na sede da Faculdade de Direito, no Centro de João Pessoa, e contou com a participação de representantes do movimento negro, jornalistas, artistas e do Conselho Estadual de Igualdade Racial (Cepir-PB). O slogan é “Racismo, um crime que se sente na pele”.
O objetivo da campanha, que tem a participação do secretário de Cultura do Estado, Chico César, é sensibilizar a população sobre o racismo no cotidiano dos negros, que hoje representam 58,39% da população paraibana, segundo dados do IBGE. Nas redes sociais, a população poderá aderir enviando fotos com a camiseta da campanha, opinando e postando depoimentos de casos de racismo.
Segundo o gerente executivo da Igualdade Racial, Roberto Silva, a campanha publicitária chega no momento em que a política nacional de promoção da igualdade racial avança no Brasil. “Precisamos continuar dando passos para desmistificação de uma cultura não racista no Estado. Por isto, teremos uma grande interatividade com o público sobre o racismo. É um mecanismo de discussão e até de recebimento de denúncias que serão encaminhadas para delegacias”, disse Roberto.
Segundo ele, a população negra paraibana está inserida nos piores índices de desigualdade racial nas áreas de educação, saúde e de violência. “Existe uma cultura de naturalização, como se o racismo não existisse, mas os índices revelam outra sociedade”, alerta Roberto. Ele cita, por exemplo, que os homens negros ganham menos que os homens brancos e as mulheres negras menos que os homens negros.
A secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Gilberta Soares, afirma que o governo vem assumindo o compromisso com as políticas de promoção da igualdade racial, pactuando ações para a população negra nos programas Brasil Quilombola e Juventude Viva para o enfrentamento dos índices de violência e homicídios de jovens negros no Estado.
“No Brasil Quilombola mobilizamos secretarias e órgãos de governo para que políticas de saúde, habitação e infraestrutura cheguem nos 38 quilombos certificados. Também fortalecemos, por exemplo, o funcionamento do Conselho Estadual de Igualdade Racial e desenvolvemos ações com a Secretaria Estadual de Saúde, com o Comitê Estadual de Saúde Integral da População Negra, que atua nos casos de anemia falciforme e outras doenças de maior prevalência da população negra”, explica.
No Brasil, as pesquisas apontam que existe uma maior estruturação das políticas de igualdade racial, a exemplo da criação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), de fundos específicos para o financiamento de políticas públicas e o fortalecimento dos organismos de políticas para igualdade racial, além de deliberar pela criação de secretarias de estado e conselhos para promoção da igualdade racial.