Depois de visitar e ouvir demandas de mais de 80 municípios pernambucanos, até agora, e se reunir com entidades da classe médica e especialistas do setor, o pré-candidato da Frente Popular de Pernambuco ao Governo do Estado, Paulo Câmara (PSB), apresentou nesta terça-feira (27) as diretrizes para a Saúde que vão nortear as propostas de seu Plano de Governo. As linhas de atuação objetivam reforçar a estrutura da rede estadual e aprimorar o atendimento à população, agilizando a consulta e o diagnóstico, trazendo mais conforto aos pacientes e integrando as informações do sistema.
O socialista ressaltou que o Governo Estadual já avançou muito na qualidade do atendimento de saúde oferecido à população, citando o aumento da cobertura de urgência e emergência, com a construção dos hospitais metropolitanos e do Mestre Vitalino, em Caruaru; do atendimento de média complexidade, através das UPAs 24h e Especialidades; e trabalhos de prevenção, como o programa Mãe Coruja, que ajudou a reduzir a mortalidade infantil no Estado em 47%.
“O investimento em Saúde tem sido permanente e bem acima do mínimo que a legislação ordena. Duplicamos a oferta de leitos por habitante, ficando dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas é preciso avançar mais, ampliar a cobertura, humanizar o atendimento, aprimorar a qualidade do serviço que chega ao pernambucano, integrar as diversas unidades. É isso que nós vamos fazer”, explicou o pré-candidato.
COMPLEMENTAÇÃO DA REDE DE ALTA E MÉDIA COMPLEXIDADE
Será construído o Hospital Geral de Cirurgia, na Região Metropolitana do Recife. A unidade, com 20 salas cirúrgicas e capacidade para 300 leitos, será voltado para cirurgias eletivas, em especialidades como urologia, traumatologia (com ênfase nas patologias do idoso), ortopedia, neurologia, proctologia, cirurgia vascular, otorrinolaringologia e cirurgia geral, com capacidade para realizar por ano o total de 24 mil cirurgias/ano e 132 mil consultas ambulatoriais/ano. A unidade tem o valor estimado em R$ 180 milhões, e será integrada à rede de UPAs e aos sistemas municipais, com foco na humanização do atendimento já a partir do projeto arquitetônico, uma vez que contará com áreas de convivência, apoio à integração entre pacientes e familiares, inclusive na área de terapia intensiva.
O programa da Frente Popular vai prever a construção do Hospital Geral do Sertão (HGS), em Serra Talhada, especializado em emergência geral, clínica médica e cirurgias geral, traumatológica, urológica e proctológica. Com 150 leitos, o investimento previsto é de R$ 70 milhões. No equipamento, poderão ser realizadas 7,5 mil consultas de emergência/mês; 3 mil consultas ambulatoriais/mês; 7,8 mil internações/ano e 3,6 mil cirurgias/ano.
Completando a rede estadual de assistência obstétrica de alto risco, será erguido também o Hospital da Mulher do São Francisco, em Petrolina, a um custo estimado de R$ 84 milhões. Com 110 leitos, a unidade focará no cuidado à saúde integral da mulher. Oferecerá maternidade com Centro Cirúrgico, UTI Adulto, UTI Neonatal, UCI, Internação, Casa da Mãe; contará com ambulatório, banco de leite, centro de diagnósticos; exames de densitometria, ultrassonografia, tomografia, ressonância, urodinâmica; e consultas em clínica médica, cardiologia, endocrinologia, climatério, infertilidade, geriatria, patologia do trato genital inferior, planejamento familiar, mastologia, uroginecologia e outras especialidades. O hospital garantirá, ainda, 100% de mamografia e citologia oncótica, além de ter capacidade de realizar 2,8 mil atendimentos de urgência/mês, 10 mil exames de imagem/mês e 26 mil consultas ambulatoriais/mês.
Também será implantado o Hospital da Mulher do Sertão. Com a construção do Hospital Geral do Sertão, o Hospital Professor Agamenon Magalhães de Serra Talhada será transformado no Hospital da Mulher do Sertão, que terá perfil semelhante às outras unidades deste segmento. Com isto, as quatro macrorregiões de saúde de Pernambuco (Recife, Caruaru, Serra Talhada e Petrolina) passarão a contar com um centro de referência de alta complexidade para a saúde da mulher. Com um investimento de R$ 20 milhões para sua requalificação, a nova unidade terá ampliação de 40 leitos e realizará 1,4 mil atendimentos de urgência/mês, 6 mil exames de emergência/mês e 15 mil consultas ambulatoriais/mês.
O Hospital Regional Mestre Dominguinhos, já em construção em Garanhuns, terá especializações em clínica médica, pediatria, cirurgia geral, obstetrícia, ginecologia, traumatologia e ortopedia. Terá capacidade para 150 leitos, 7,5 mil consultas de emergência/ano, 6,6 mil consultas ambulatoriais/ano, 8,4 mil internações/ano e 4,4 mil cirurgias anuais.
O atual Hospital Geral de Areias será transformado em Hospital do Idoso. Para dar mais conforto, segurança e atendimento humanizado para o cuidado integral e multiprofissional com ênfase nas necessidades da Saúde do Idoso. A unidade será duplicada a sua capacidade, passando de 70 para 150 leitos. O investimento previsto é de R$ 70 milhões.
COMPLEMENTAÇÃO DA REDE DE MÉDIA COMPLEXIDADE AMBULATORIAL
O programa contempla a construção de seis UPAs Especialidades nas cidades de Petrolândia, Santa Cruz do Capibaribe, Vitória de Santo Antão, Olinda, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, ao custo estimado de R$ 9 milhões, cada. As unidades oferecerão cirurgias ambulatoriais e consultas em endocrinologia, cardiologia, neurologia, pneumologia, otorrinolaringologia, alergologia, reumatologia, pediatria, ginecologia, obstetrícia, dermatologia, gastroenterologia, geriatria, entre outras. Poderão ser agendados ou realizados no próprio local, exames de endoscopia, colonoscopia, ecocardiografia, teste ergométrico e outros. Também serão atendidos pacientes encaminhados pelo Programa de Saúde da Família (PSF).
As localizações das unidades foram baseadas no atendimento a cidades ou regiões na faixa entre 200 mil e 300 mil habitantes, garantindo a universalização da oferta de exames e de consultas de média complexidade para a população usuária do SUS.
FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE ATENDIMENTO AOS PACIENTES
Serão criados mutirões de atendimento e exames no interior e ações de assistência farmacêutica. O programa O Doutor Chegou contará com um sistema itinerante de exames de mamografia e cirurgias de catarata, além de mutirões de cirurgias eletivas nas 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres) e no apoio à implantação do Sistema de Atendimento Domiciliar (SAD) nos municípios.
O programa Medicamento em Casa vai universalizar a entrega em domicílio para usuários de medicamentos especiais com dificuldade de locomoção, experiência iniciada dentro do serviço Farmácia de Pernambuco, criado pelo Governo Eduardo Campos. A assistência farmacêutica integral também será reforçada, através da implantação de consórcios de municípios para a compra centralizada de medicamentos básicos (hipertensão, diabetes, parasitoses, osteoporose, saúde mental, infecções, vitaminas, fitoterápicos), reduzindo custos e otimizando a distribuição; com a concessão de incentivos e apoio gerencial para melhorar a estrutura das farmácias nos municípios, com recursos federais e estaduais; e com o suporte à gestão do sistema, para que os consórcios façam a administração das redes intermunicipais.
Será criado também o Saúde Conduz, programa de incentivo e apoio gerencial aos consórcios intermunicipais para a modalidade “TFD” (transporte fora do domicílio) nos municípios, com recursos federais e estaduais, incluindo transporte intrarregional de pacientes com “vans”, para encaminhamento das unidades básicas de saúde municipais, e ônibus para atendimento de média e alta complexidade nas unidades em outras regionais, em razão da tecnologia necessária ou da quantidade de pacientes.
Será implantado um Consórcio Municipal para aquisição de medicamentos, aperfeiçoando o processo em quesitos como prazos de entrega, logística e preços. O Governo Estadual criará incentivos financeiros para as prefeituras que aderirem e financiará, nos primeiros anos, a estrutura necessária para o funcionamento do consórcio.
Os Serviços de Atenção Domiciliar passarão a atender 100% da população. O governo Estadual criará o incentivo aos municípios para garantir a totalidade de cobertura do SAD no Estado, passando de 30 para 90 equipes. Hoje, apenas 30% da população tem acesso ao SAD. O custo estimado é de R$ 10,1 milhões/ano.
GESTÃO DA REDE E DOS SERVIÇOS DO SETOR
Criação do programa Saúde Melhor. As propostas co ntemplam: a informatização e integração em rede de todos os sistemas internos dos hospitais estaduais; o suporte à implantação dos sistemas nas redes municipais de atenção básica, com posterior integração à rede estadual; a implantação do prontuário eletrônico na rede estadual, com banco de imagens para exames; a disponibilização dos resultados de exames pela internet e o cadastramento de doentes crônicos (tuberculose, hipertensos, diabetes).