
Foto: Rodolfo Loepert/Divulgação
O governador Paulo Câmara (PSB-PE) voltou a declarar que as medidas de isolamento continuam valendo em Pernambuco, além de relatar a dificuldade na compra de equipamentos para o estado. Câmara optou por prorrogar, ao menos até maio, as medidas de restrição ao comércio de serviços não essenciais.
Em entrevista ao Broadcast Político do Estadão, o socialista afirmou que Pernambuco vive um momento de crescimento de casos, “é fundamental que a população fique em casa”. Precoupado com o impacto socioeconômico da pandemia, o governador cobrou a aprovação pelo Congresso Nacional de medidas de socorro aos Estados e uma “pacificação” do governo Bolsonaro em relação à China, principal fornecedor de equipamentos de saúde.
Por enquanto, as medidas de isolamento no Estado valem até quinta-feira (30). O prazo inclui também as escolas. A partir dessa data, o governo avaliará como ficarão as medidas. O primeiro anúncio sobre o fechamento foi feito no dia 20 de março e o decreto começou a valer desde o dia 22 do mês passado. Apesar das recomendações do Executivo estadual, ainda é preciso fortalecer as orientações de distanciamento, avalia o governador.
O governo informou também que cerca de 60% da população têm seguido as orientações de distanciamento, mas “o número ainda não é o ideal”. “O isolamento social muitas vezes não é compreendido, mas é o que há de mais eficaz na luta contra o coronavírus.” Câmara destacou que muitas pessoas ainda estão nas ruas porque tentam buscar o “ganha pão do dia a dia”. Por esse motivo, afirmou que o governo estadual busca equilibrar a questão sanitária com a social e a econômica.
“Mesmo a indústria, que segue funcionando, poderá sofrer com a diminuição de encomendas”, preocupa-se Câmara. Ele informou que o setor de serviços e o comércio são responsáveis por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) da economia pernambucana e são os mais prejudicados pelo fechamento.
O governo de Pernambuco aguarda, assim como outros Estados e municípios, a aprovação no Congresso das medidas de socorro. “A gente tem a projeção de março que foi uma perda em torno de 10 a 15% (na arrecadação), mas estimamos 35% em abril”, disse.
“A continuidade ou não do cumprimento de obrigações dos entes federativos vai depender da situação econômica e da aprovação dos projetos que estão no Congresso Nacional e que podem dar um alívio financeiro de curto prazo aos Estados”, declarou.
O governo de Pernambuco estima precisar de R$ 870 milhões para combater a pandemia no Estado até junho. “A gente já está colocando junho no planejamento, mesmo que maio seja o pico (de contaminação). Depois do pico ainda tem muito o que fazer”, acrescentou.
Casos de Covid-19
Com 4.898 casos confirmados no Estado e 415 mortes até ontem (26), Câmara tem a meta de abrir mil novos leitos hospitalares para fortalecer o sistema de saúde pública no enfrentamento ao novo coronavírus.
Ele informou que Pernambuco vive a dificuldade de todos os entes da federação que tentam comprar equipamentos. “Precisamos comprar pelo menos mais 150 (respiradores) para atingir essa meta dos 400 leitos de UTI”, disse.
Ele cobrou do governo federal uma “pacificação” com a China, principal exportadora de equipamento de proteção individual (EPI). “É solicitar a priorização (na exportação) ao Brasil de equipamentos, que estão faltando em todos os lugares, em todos os estados. Muitos municípios estão desabastecidos”, declarou.
Com informações do Broadcast Político do Estadão