Apesar das dificuldades enfrentadas pelo Governo do Amapá no primeiro ano de gestão do governador Camilo Capiberibe, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 cresceu 4,9%. Para o Estado, isso significa que a economia, em valores físicos na quantidade de riquezas produzidas, ocupa posição de destaque em relação ao Brasil e à Região Norte, cujo PIB daquele ano foi de apenas 2,9% e de 3,5%, respectivamente.
Em 2011, o PIB amapaense alcançou cifras da ordem de mais R$ 8,96 bilhões. Comparado a 2010, o Estado registrou uma elevação a preços correntes de 8,5%, impulsionada, principalmente, pela atividade de serviços, que cresceu 11%.
Os dados do PIB municipal e regional são da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), divulgados no último dia 17, durante o I workshop de Estatística da Economia Amapaense, voltado aos técnicos da instituição. O anúncio dos números da economia foi feito simultaneamente com a divulgação do PIB nacional, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na cidade do Rio de Janeiro.
Para o secretário da Seplan, economista José Ramalho Oliveira, os resultados positivos do PIB de 2011 surpreenderam. "Esse foi um período em que o mundo todo se recuperava da grande crise econômica de 2008 e, para o Amapá, consideramos um ano bom, embora 2011 tenha sido de dificuldades financeiras para a administração pública, que teve de conter as despesas para sanear as contas públicas", avalia.
Apesar de ser considerada uma economia frágil, em função de prevalência da chamada "cultura do contracheque" – proveniente do setor publico -, o Amapá apresenta também dados positivos, com economia crescente a cada ano.
José Ramalho aposta que, até 2014, o Estado passará por um grande processo de transformação e de desenvolvimento. Atualmente, o PIB do Amapá representa pouco mais 2,47% da economia do país, posicionando-se em 25º lugar entre os estados brasilieros.
"Com a melhoria da oferta e da qualidade da energia, principalmente, e os investimentos de mobilidade urbana que o Governo do Estado vem promovendo, a tendência é de que o Amapá atraia novos investidores, confiantes nesse potencial econômico iminente", considera.
PIB Regional
A Administração Pública continua sendo a maior fonte de riquezas geradas pelo Amapá, correspondente a 48,7% do PIB, seguida pelo Comércio e Serviço de Manutenção e Reparação, com participação de 13,6%, e da Atividade Imobiliária e Aluguel, com representação de 10,8%.
A Construção Civil foi uma das atividades com a menor participação no PIB em 2011, com 3.8%. Segundo José Ramalho, em decorrência, principalmente, da paralisação das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Estado até 2010, estagnando as atividades comerciais e empregatícias do setor.
Das onze atividades econômicas, cinco tiveram a maior variação comparado a 2010: Serviço de Transformação (24,1%); Serviços Prestados às Empresas (23,8%); Transporte e Armazenamento (13,5%); Comércio e Serviços de Manutenção (13,5%); e Pecuária e Pesca (13,1%).
O setor Primário representou 3,3% das riquezas produzidas pelo Estado. As atividades Secundárias, como o comércio, corresponderam a 8,1%. Ambos os setores registraram queda na participação do PIB de 2011. O setor Terciário, no entanto, registrou expansão da indústria na economia local, com crescimento de 1,8 p.p (pontos percentuais) em relação a 2010, correspondente a 88,6% do PIB.
PIB Municipal
Macapá ainda é o município que representa a maior participação do PIB entre os municípios amapaenses: 62,7%. Isso se deve por conta da alta concentração da população na capital e por deter as principais atividades econômicas, como o comércio, que representou 16,18% do PIB, e o setor imobiliário, correspondente a 12,47% do Produto Interno Bruto em 2011.
O município de Santana, localizado a pouco mais de 13 quilômetros da capital, é o segundo com a maior participação do PIB: 14,2%. As principais atividades econômicas são o comércio (11,18%) e o setor imobiliário (9,75%). Laranjal do Jari teve participação de 4,5% na economia do Estado; Pedra Branca do Amapari, com 3,1%; e Oiapoque, com 2,9%.
O PIB dos municípios amapaenses apresenta uma grande representação na Administração Pública, com média de 49%. No entanto, os maiores municípios diversificam a sua produção além do setor público, como é o caso de Macapá, Santana, Laranjal do Jari e Oiapoque, onde o comércio e setores como o imobiliário possuem maior peso.
Em Pedra Branca do Amapari, a economia se diverge dos demais municípios, onde prevalece a atividade de extrativismo mineral, representando 34,88% da economia produzida pelo município, seguida então pela Administração Pública 28,19% e Transportes, 12,2%.
PIB per capita
Na Região Norte, o PIB per capita do Amapá ficou na 4ª posição, acima do Tocantins, do Pará e do Acre. Essa renda registrou, em 2011, o valor de R$ 13.105 por pessoa/ano. Em relação a 2010, considerado o menor crescimento dos últimos dez anos, 2011 apresentou uma variação positiva de 6%.
O PIB per capita é o Produto Interno Bruto dividido pela quantidade de habitantes de um país. Em se tratando dos dados regionais, nesse caso, refere-se ao Estado do Amapá. Quanto mais rico for o país, o estado ou o município, mais seus cidadãos se beneficiam. Entretanto, não considera o nível de desigualdade de renda das sociedades.
Os municípios que apresentaram maiores rendas foram Pedra Branca do Amapari, R$ 24.782; Serra do Navio, R$ 16.008; Ferreira Gomes, R$ 14.945; Cutias, R$ 14.113; Calçoene, R$ 13.853; e Macapá, R$ 13.822.
Macapá e Santana, mesmo sendo os primeiros no ranking da produção, se posicionam em 6º e 8º em PIB per capita, respectivamente, uma vez que, juntos, concentram 74,60% da população do Estado. Os menores estão em Mazagão (R$ 8.616), Tartarugalzinho (R$ 9.588) e Vitória do Jari (R$ 9.605).