
Foto: Arquivo pessoal/Facebook
Pré-candidata do PSB ao governo do Amapá, Piedade Videira diz estar determinada a mudar seu Estado, caso seja eleita governadora. “Para além de negra, sou mulher, amapaense, profissional competente e estou determinada a mudar o estado do Amapá”, afirmou em entrevista à Rádio Diário 90,9 FM.
Única mulher aspirante ao Palácio do Setentrião, sede do Executivo, Piedade critica o desperdício do potencial de biodiversidade local. Compostos por mangues, campos, florestas de terra firme, de várzea e de igapó, os ecossistemas no território amapaense representam um dos mais importantes recursos para promoção do desenvolvimento social e econômico local.
“Temos inúmeras possibilidades de desenvolvimento econômico, mas ainda não foram feitos os investimentos necessários e nem houve administração comprometida com esse processo. A diferença está exatamente aí. O Amapá é um estado empobrecido, e não pobre”, criticou na entrevista.
Artista popular, Piedade é psicopedagoga, mestre e doutora em Educação, docente e pesquisadora da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Autora dos livros “Marabaixo dança afrodescendente” e “ Batuques, folias e ladainhas”, ela integra a Academia Amapaense de Letras. “Vivo o Amapá real. O Amapá da propaganda política, dos indicadores positivos, é uma ilusão. Para construir o Amapá real que a gente deseja, com a resolução de todos os problemas que estão diariamente nos cercando e fazendo a população sofrer, eu resolvi me apresentar como alternativa”, declarou.
Na entrevista, Piedade criticou a falta de competência e comprometimento dos governantes com a resolução dos problemas do Estado. Defendeu também maior participação de mulheres nos espaços “de mando e comando” e na elaboração de políticas públicas. “Os problemas do Amapá não são de agora, vêm decorrência de várias administrações que menosprezaram nossa população”, observou. “Nós temos que ter mais mulheres comprometidas e encorajadas a ocupar espaços de mando e comando, na elaboração de políticas públicas e acompanhando esses processos”, defendeu.
Questionada sobre racismo, a socialista afirmou que o preconceito contra negros impede com que a pessoa se desenvolva integralmente e que é necessário se pensar na construção de uma sociedade livre. “Os próprios dados históricos e os indicadores sociais produzidos pelo Estado brasileiro indicam isso. Agora, para além do racismo, que impede com que a pessoa se desenvolva integralmente, nós temos que pensar na construção de uma sociedade livre, que consiga romper desigualdades, preconceitos, e esse mandonismo que está presente na figura masculina”, disse.
A pré-candidata socialista disse ainda que a política é o único caminho possível para a mudança do Estado e do país. “A esperança nos move, mas precisa ser materializada. Precisa de ação, atitude, de um programa, e principalmente, precisa de pessoas idôneas, éticas e comprometidas com a resolução dos problemas sociais”, declarou. “Entendo que a esperança é agora, ela representa mudança nesse momento para o cenário atual do estado. E a política é um caminho promissor, o único possível. Eu prego essa mudança e apresento nome e sobrenome: Piedade Videira, a mulher que faz”.
Com informações do Diário do Amapá