Presidente Nacional do PSB e candidato do partido à sucessão presidencial, Eduardo Campos apontou a dependência química como um dos mais importantes problemas de saúde pública no país e defendeu a busca de soluções inovadoras para melhor atender o cidadão que busca amparo no serviço público. Em visita ao Rio Grande do Sul, o candidato da aliança do PSB com a Rede Sustentabilidade, que conta também com o apoio do PPS, PPL e PRP, visitou o Projeto Reviver para colher informações para seu futuro plano de governo. “Nesses 60 dias tenho feito uma agenda que procura visitar experiências exitosas nas mais diversas áreas, sobretudo nas áreas mais destacadas da agenda da sociedade. Hoje, visitei uma experiência de acolhimento dependente químico, do projeto Reviver, por que esse é um problemaço que a gente tem no Brasil”, afirmou. “O país não tem, na institucionalidade brasileira, a capacidade de dar resposta à quantidade de dependentes que tem. Isso dialoga com saúde, com segurança”, acrescentou.
Eduardo também avaliou o cenário do setor e destacou que programas como o Mais Médicos são importantes, mas não suficientes para resolver os gargalos da saúde no Brasil. “O problema da saúde é muito importante e nos últimos três anos 11 mil leitos foram fechados, isso significa praticamente que o Brasil fechou algo em torno de 10 complexos como esse da Santa Casa (do Rio Grande do Sul)”, disse. “Nós temos que falar com quem ultrapassou todas essas dificuldades. Só ouvindo, vendo quem faz na prática é que a gente pode encontrar os caminhos de uma melhor governança”, frisou.
O presidenciável socialista também lembrou a redução drástica na formação de médicos por universidades brasileiras, sinal inequívoco da falta de planejamento que compromete a atuação do governo na área. “O Brasil parou de formar médicos, nos últimos anos nós fechamos várias vagas em várias universidades federais. Se a população estava aumentando, se graças a Deus e à evolução dos tempos as pessoas estão vivendo mais, era óbvio que nós íamos precisar de mais médicos e, não produzimos esses médicos. Ou seja, faltou uma palavrinha bem importante, chamada planejamento da política de recursos humanos para ter um sistema único de saúde. Faltou planejamento e na hora em que falta planejamento começou a faltar médico no interior do Brasil”, afirmou, frisando que os problemas do SUS não são responsabilidade dos profissionais da medicina. “Você tentar fazer uma disputa tentando colocar a população contra os médicos brasileiros, isso está errado do ponto de vista da condução de um processo em que a gente precisa ter melhoria, construir sinergia no sistema para melhor atender a população”, criticou. “Se a gente passa a impressão de que o culpado da situação do SUS são os médicos, está errado, por que não é verdade. A verdade é que o SUS tem subfinanciamento. Tem muito médico sério, muito profissional trabalhando nesses hospitais”.