
Foto: Humberto Pradera
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, se reuniu com deputados da bancada socialista na Câmara nesta quarta-feira (3) para discutir a reforma da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro.
No encontro, de caráter consultivo, Siqueira classificou o texto do governo como “ultraliberal e de direita”, e como “ainda mais perverso” que o proposto na gestão do ex-presidente Michel Temer.
O projeto ainda será discutido com os senadores e os governadores socialistas. A posição oficial do partido será anunciada após reuniões com a Executiva e o Diretório Nacional. O ex-governador de São Paulo Márcio França participou do encontro.
O presidente do PSB afirmou que o partido reconhece a necessidade de reformar a Previdência, mas sem retirar ou diminuir direitos dos mais vulneráveis.
“A concepção desse texto é a retirada dos direitos sociais mais importantes e elementares da Constituição, conquistas alcançadas nos últimos 34 anos de democracia”, criticou.
Para Siqueira, não há emenda que “salve” a proposta de Bolsonaro, porque ela foi “elaborada para retirar direitos dos mais vulneráveis”. “É igual àquele poema de Fernando Pessoa, que diz que a emenda sairia pior que o soneto”, comparou.

Foto: Humberto Pradera
O líder da bancada socialista, Tadeu Alencar (PE), lembrou os ajustes na Previdência feitos nos governos FHC, Lula e Dilma e destacou que o partido reconhece a necessidade de novas mudanças. Mas ponderou que uma nova reforma previdenciária, ao contrário da proposta pelo atual governo, deve buscar equidade e justiça social.
“Essa proposta não nos serve porque quase 90% dela atacam os mais pobres e o Regime Geral, que não deu nenhuma contribuição para esse desacerto fiscal que o país está vivendo”, afirmou.
“A previdência não é só uma questão aritmética, não é só uma questão de custeio. A Seguridade Social, que é mais que a Previdência, deve ser financiada por toda a sociedade, principalmente os que mais ganham”, afirmou Alencar, defendendo a cobrança da dívida previdenciária e novas possibilidades de financiamento da Seguridade Social, como a taxação de lucros e dividendos, de bancos e de lucro sobre capital próprio.
Em 2017, o PSB fechou questão contra a proposta de reforma da Previdência apresentada no governo de Michel Temer. Na época, os socialistas consideraram que o texto, se aprovado, acarretaria graves retrocessos sociais, rompendo com o contrato social de 1988.
Confira as imagens da reunião:
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional