
Siqueira elogiou a atuação da bancada do PSB na Câmara no momento em que os direitos sociais são ameaçados no país. Foto: Humberto Pradera
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu, neste sábado (6), que o partido deve ser instrumento de transformação social e de combate aos retrocessos no país.
Para ele, o partido e os segmentos sociais devem se organizar para as eleições municipais do próximo ano e para enfrentar desde já o grave quadro de ameaça à democracia.
“Vamos manter o partido com a sua história, a sua identidade, com o seu protagonismo e com sua vontade de ser instrumento de transformação social se todos, coletivamente, estivermos unidos para tentar levar adiante a luta que Eduardo Campos promoveu até a sua morte”, afirmou.
Carlos Siqueira participou do painel de abertura do seminário Gestão Socialista – Um olhar para o futuro, promovido pelo PSB e pela Fundação João Mangabeira, em Gravatá (PE).
Siqueira destacou que o partido deve empunhar ainda mais as bandeiras progressistas que Eduardo Campos defendia para dar à sociedade e ao povo brasileiro a sua contribuição com políticas de desenvolvimento, de combate às desigualdades sociais e de promoção de direitos.
O socialista disse que não há um substituto do ex-governador de Pernambuco: todos os militantes, unidos e inspirados no líder, são defensores do socialismo e devem representar a população que mais precisa, razão da própria existência do Partido Socialista Brasileiro.
“Precisamos levantar ainda mais as bandeiras que Eduardo empunhava e outras mais, com políticas progressistas, para que nós possamos dar a contribuição que um socialista pode dar à sociedade e ao povo brasileiro”, defendeu. O tema do painel inicial foi a “História do PSB, suas lideranças históricas e a conjuntura nacional”.
Ainda em referência a Campos, Siqueira disse que “os grandes homens não morrem, eles continuam conosco, tão presente, como é o caso de Eduardo”.
Neste sábado, palestras e mesas-redondas foram realizadas para formação política da militância do partido. Miguel Arraes: Um homem além do seu tempo e o PSB no legislativo federal, foram alguns dos temas da programação.

Sileno Guedes: “Resolvemos falar hoje da história para que a história nos inspire para o futuro”. Foto: Humberto Pradera
Estiveram presentes o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, o presidente estadual do partido, Sileno Guedes, a viúva do ex-governador de Pernambuco, Renata Campos, além de deputados federais, prefeitos, vereadores, e representantes de segmentos sociais.
O presidente do PSB também falou sobre a história do partido, desde a fundação, em 1945, com a Esquerda Democrática, e sobre a liderança de intelectuais como João Mangabeira.
O socialista destacou o papel exercido por seus fundadores e líderes em momentos cruciais da história, como na formação das ligas camponesas, por Francisco Julião, e na defesa da nacionalização do petróleo, com a campanha O Petróleo é Nosso, liderada pelo deputado federal Hermes Lima, e pelo estudante Roberto Gusmão, então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Depois de refundado em 1985, sob a liderança de Jamil Haddad, de Evandro Lins e Silva, dentre outros intelectuais, o PSB se recompôs, tomou impulso e experimentou uma fase crescimento, sobretudo a partir da filiação de Miguel Arraes, em 1990.
Nas eleições presidenciais de 2014, assinalou Siqueira, o PSB apresentou Eduardo Campos ao povo brasileiro como o melhor quadro político para governar o país naquele momento, plano lamentavelmente frustrado após a morte trágica do líder em agosto daquele ano.
“Com Eduardo Campos, o partido estava em um momento de grande protagonismo nacional, quando veio a tragédia que abateu a todos, com uma perda irrecuperável. Não estaríamos vivendo essa tragédia que vivemos hoje se Eduardo estivesse vivo”, afirmou.
Siqueira ressaltou que os socialistas devem apresentar políticas públicas em todas as áreas, como fez o ex-governador de Pernambuco, que lançou um plano de governo avançado e inovador na defesa dos direitos sociais e do desenvolvimento nacional e estratégico do país. O programa elaborado por Campos é patrimônio do PSB e precisa ser preservado, disse o presidente do PSB.
“Eduardo Campos não se apresentou para a população brasileira de mãos vazias. Além de sua longa experiência como excelente administrador, ele também formulou um programa de governo que está aí para ser defendido”, disse Siqueira.
“Um programa que tratava de todas as questões, da Ciência e Tecnologia, de políticas para tirar a indústria nacional da decadência que vive, de políticas para os trabalhadores. Tudo está naquele programa”, completou.

Para Ricardo Coutinho, Brasil teria eleito Eduardo Campos presidente. “Nós uniríamos o Brasil e teríamos evitado toda essa destruição política”, afirmou. Foto: Humberto Pradera
Aos socialistas presentes, Siqueira elogiou a atuação da bancada do PSB eleita na Câmara dos Deputados no momento em que os direitos sociais são ameaçados no país por um governo de políticas ultra-conservadoras e ultra-liberais. “Tenho tido o prazer de estar com deputados que se expressam antes mesmo das posições do partido na defesa intransigente dos direitos sociais que estão sendo ameaçados no nosso país”, afirmou.
O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, que abriu o evento, destacou a vasta galeria de biografias de intelectuais e de lideranças políticas importantes que ajudaram a construir a história do partido. “Resolvemos falar hoje da história para que a história nos inspire para o futuro”, afirmou.
O presidente da Fundação João Mangabeira, Ricardo Coutinho, também participou do painel de abertura. Ele disse que Eduardo Campos, se estivesse vivo, seria a melhor alternativa para unir o país.
“Eduardo Campos falava que havia uma instabilidade muito forte e que precisávamos de uma alternativa, e a alternativa era Eduardo.Tenho uma convicção muito grande de que, não fosse o acidente trágico, o Brasil o teria elegido presidente. E, como era a qualidade de Eduardo, nós uniríamos o Brasil e teríamos evitado toda essa destruição política”, afirmou.
Coutinho também defendeu a organização do partido nos estados como caminho de preparação para as eleições do próximo ano. “O PSB deve buscar falar para fora. Nós temos muita coisa a dizer. É fundamental que a gente possa fortalecer a presença do PSB nos preparando não só eleitoralmente mas também popularmente”, disse.
Confira as imagens do seminário:
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional