O Partido Socialista Brasileiro (PSB) realizou reunião, nesta quarta-feira (22), com representantes do PSB que participaram de um intercâmbio político na China. O motivo da reunião, presidida pelo vice-presidente do Partido, Roberto Amaral, foi ouvir as experiências e debater como aplicar, aqui no Brasil, o conhecimento adquirido no oriente, além de começar um planejamento para facilitar e intensificar a relação do PSB com outros países.
O convite para a viagem foi uma iniciativa do Partido Comunista Chinês (PCC), para uma troca de experiências entre partidos de esquerda do Brasil e o governo da China. Aconteceram duas visitas, uma no ano passado e outra em julho deste ano. O PSB fez parte da delegação brasileira, que contou também com a participação de outros partidos, como PCdoB e do PT.
Na primeira turma, viajou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF); o secretário Nacional do Movimento Sindical do PSB, Joilson Cardoso; e o deputado federal Luiz Noé (PSB/RS).
Joilson Cardoso destacou, durante a reunião, que o que mais o impactou foi a relação de poderes internos na China e sua organização. Ele ainda ressaltou a importância de serem feitos relatórios sobre essas viagens.
Para Rollemberg, o que mais impressionou foi o processo de desenvolvimento da China, onde as cidades são “verdadeiros canteiros de obras e vivem um processo de urbanização acelerado”.
“A China está passando por uma transformação. Ela está deixando de ter uma política apenas de copiar a produção de outros países – que foi característico da China até alguns anos atrás – e começa a produzir produtos de alta tecnologia, com inovação tecnológica, produzida no país”, explicou Rollemberg. O planejamento chinês é nítido e o senador avalia que o Brasil precisa fortalecer a relação comercial com a China.
A segunda turma de socialistas, que viajou para a China, foi composta pela secretária de Mobilização da Secretaria Nacional das Mulheres do PSB, Francileide Fontenelli; o secretário Nacional da Juventude Socialista Brasileira, Bruno da Mata; e os deputados federais Glauber Braga (RJ) e Luís Noé (RS).
Para Francileide Fontenelli, o que mais chamou sua atenção foi a falta de uma mobilização feminina, um segmento voltado para a mulher na política chinesa, mesmo assim, elas procuram espaço na sociedade. “Quando eu questionei se existe um movimento das mulheres, alguma organização das mulheres, eles me responderam que não têm preconceito, diferença, entre sexo”, lembrou.
Bruno da Mata considerou a visita uma viagem muito enriquecedora, devido à bagagem cultural e política que a China carrega. Além de o planejamento ser uma das características marcantes dos chineses. Ele destacou as Olimpíadas de Pequim como um dos exemplos bem sucedidos de planejamento, que deixou o mundo inteiro impressionado.
“Pra quem vem de um país como o Brasil, que tem como característica o crescimento extremamente desordenado das suas cidades, isso é um exemplo não só a ser admirado, mas a ser muito seguido aqui. Um ensinamento que acho que fica de lição, não só pra nossa juventude, mas pra todos os companheiros que foram, é dessa possibilidade de nós pensarmos mais, planejarmos mais as nossas ações daqui pra frente”.
Já a participação direta no governo, de aproximadamente 100 empresas , atraiu a atenção de Glauber Braga. O deputado observou a viagem como uma oportunidade de conhecer o sistema político e econômico da China de perto.
Além disso, ele observou que não existe acúmulo de terras rurais na China, se um agricultor ou dono da terra cultivada chega a falecer, a propriedade é devolvida ao governo, ao invés de ser repassada aos herdeiros. O deputado aconselhou que essas e outras características devem ser cuidadosamente observadas por outros países.
“A proposta é que a gente possa fazer um seminário de discussão dos sistemas políticos e econômicos – chinês e brasileiro – e, além disso, que a gente possa ter reuniões, contatos bilaterais, com propostas concretas de investimento, ou seja, que a gente não – única e exclusivamente – tenha a China como um adversário no que diz respeito aos produtos brasileiros que são lá confeccionados e que são aqui também”, destacou o deputado.
Para Roberto Amaral, a reunião de avaliação dos socialistas sobre a viagem à China foi importante para reunir propostas, baseadas na experiência chinesa, que possam melhorar o desenvolvimento da legenda socialista e do Brasil.
“Os socialistas têm uma tradição do internacionalismo, portanto, o PSB está exercendo o seu papel de ter relações com o maior número possível de partidos socialistas, comunistas e regimes socialistas e comunistas – no mundo”.