O Partido Socialista Brasileiro (PSB) realizou, neste domingo (29), seu XIII Congresso Nacional, no Hotel Nacional, em Brasília. O candidato à presidência da República, Eduardo Campos, participou do evento, que teve como foco a discussão das eleições 2014, o projeto político do PSB e temas gerais que assolam a sociedade brasileira. Durante a abertura dos trabalhos, o vice-presidente da Legenda, Roberto Amaral, reverenciou o fundador do partido, João Mangabeira, como também Miguel Arraes e citou a importância do apoio de todos na campanha eleitoral.
“Somos herdeiros daquele que sua imagem política nos inspira, daquele que nunca errou de caminho, nunca errou de lado e representou os anseios do povo. Não precisei nem mesmo mencionar o nome de Arraes, para sabermos que Eduardo Campos representa tudo isso, e precisará de nosso apoio para levar a todo Brasil o compromisso de reconstrução deste país”, afirmou.
A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) participou da mesa e, como de costume, foi enfática em seu discurso. Ela afirmou que o Brasil vive um momento de esperanças e expectativas com relação às propostas de campanha do PSB. “Isso implica na afirmação dos valores socialistas, que estão carregados de um histórico e um compromisso com os direitos sociais e humanos.”
Este congresso foi precedido de vários seminários, realizados na Câmara dos Deputados, na última sexta-feira (27), de diversos segmentos que compõem a organização partidária do PSB. Para Erundina, esses eventos refletem sua prática à luz do compromisso histórico da campanha que inicia. “Estes seminários foram uma prévia desse encontro e trouxe a realidade do País, para que possamos absolve-la em nossa proposta de eleitoral, que tem como base o diálogo com a sociedade civil”, explicou.
As agendas dos candidatos socialistas não podem ser apenas uma reação às demandas de um determinado grupo. De acordo com Erundina, é preciso buscar onde estão os problemas e apresentar propostas de solução. “Nossa responsabilidade é enorme e ela começa o quanto antes, pois não podemos ter uma campanha baseada num palanque eletrônico. Esse congresso deverá ser um marco na história do nosso partido e sairemos fortes o suficiente para permanecer à altura daquilo que nos preserva” resumiu Erundina.
Trabalho, reconstrução e democracia
O candidato à presidente do Brasil pelo PSB, Eduardo Campos, fez o discurso de encerramento do congresso socialista. Firme em suas palavras, o presidenciável elogiou o debate dos diretórios e afirmou que é hora de unir esforços para tirar o Brasil da atual situação. “Esses debates foram mais puxados para a questão eleitoral do que política, e nós inauguramos um tempo diferente, para discutir o Brasil real, discutir o que o povo deseja discutir e como vamos colocar este País no caminho certo”, argumentou.
Para Campos, desde que o Brasil iniciou o processo de democratização, o País melhorou como um todo. No entanto, ele lamentou o fato da presidente Dilma Rousseff possivelmente entregar, em 2015, um governo pior do que aquele que ela recebeu do ex-presidente Lula, em 2011. “Só isso explica de maneira muito tranquila que está na consciência e no coração do povo brasileiro um enorme desejo de mudança. Até aqueles que declaram apoiar a reeleição de Dilma precisam ter a segurança e a consciência que nosso governo não vai desarrumar o que está certo, mas queremos enfrentar os erros e melhorar o que está funcionando”, enfatizou.
O povo brasileiro tem consciência de que duas forças políticas governam o País há 20 anos. Também tem consciência do que foi feito de bom e de ruim e que para mudar a situação que se encontra hoje é preciso uma energia renovadora e sintonizada com o movimento social. “Renovar a democracia é o desejo de todos, vamos intensificá-la e fazer com que o mundo oficial aqui de Brasília chegue mais perto do mundo real onde a gente vive”, completou.
Ainda no entendimento de Campos, é possível fazer politica de outro jeito, para não ficar apenas nas conveniências. “Saímos completamente unidos desse processo, revigorados na nossa crença, unindo não só o partido, mas também a nossa frente com todos os partidos aliados. Vamos ganhar essas eleições, porque eleição não se ganha com estrutura e dinheiro, e sim com história e posicionamento correto. Nossa posição tem a ver com o que é melhor para o Brasil. Temos que enfrentar esse suga-suga que está a. Vamos fazer um governo ficha limpa e uma campanha limpa”, encerrou o candidato.