A Secretaria Estadual de Mulheres do Partido Socialista Brasileiro (PSB), no Rio de Janeiro (RJ), realizará nesta segunda-feira (27) a II Edição do Prêmio Zuzu Angel. O objetivo da solenidade é homenagear, anualmente, mulheres que com amor e coragem jamais deixaram de lutar pela justiça, verdade, democracia e liberdade.
O evento, que terá o tema “Direitos Humanos ontem, hoje e sempre”, irá comemorar, também, os 20 anos de fundação do Instituto Zuzu Angel e ainda lançará a Medalha Violeta Arraes de Direitos Humanos.
Zuleika Angel Jones é, sem dúvida alguma, um símbolo contemporâneo da coragem da mulher na luta contra a repressão e a ditadura militar.Zuzu – como era conhecida -, ao lutar tão bravamente em defesa de seu filho, o militante Stuart Angel Jones, também lutou por tantas outras mães brasileiras emprestando sua voz e sua arte em defesa de muitos outros jovens que, como seu filho, lutaram heroicamente pela democracia no Brasil.
O prêmio
Em sua primeira edição o Prêmio Zuzu Angel foi concedido, in memoriam, à sua patrona e entregue para sua filha, a jornalista Hildegard Angel, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), sediada no Palácio Tiradentes. A cerimônia aconteceu na noite do dia 30 de maio de 2012. Após a solenidade os presentes se dirigiram as escadarias do Palácio onde, aos pés da estátua do Inconfidente, acenderam velas como lembrança por todos aqueles que tombaram bravamente na luta pela redemocratização.
Participaram da 1ª edição do prêmio autoridades, parlamentares, personalidades da moda e das artes, intelectuais, membros das Executivas Nacional e Estadual do PSB, representantes das diversas Secretarias de Mulheres, representantes de movimentos sociais, cidadãos e representantes de entidades ligadas a Defesa dos Direitos Humanos e das Mulheres.
Medalha Violeta Arraes de Direitos Humanos
Neste ano, a Secretaria Estadual de Mulheres do PSB do Rio de Janeiro lançará a medalha Violeta Arraes de Direitos Humanos. A socióloga Violeta Arraes – conhecida como “Rosa de Paris” – foi ex-secretária de Cultura do Ceará e irmã do ex-governador de Pernambuco, o socialista Miguel Arraes.
Além das atividades acadêmicas que desenvolveu e da ligação com os meios artísticos, culturais e políticos no país e no exterior, Maria Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau ficou conhecida pelo apoio que deu aos exilados brasileiros na França na ditadura. Ficou conhecida como a "Rosa de Paris".
Casada com o militante socialista Pierre Gervaiseau, a "independência" de Violeta fez com que sua casa se transformasse, inicialmente, em uma referência para intelectuais e artistas perseguidos pelos militares. Depois, numa referência para a divulgação da arte e da cultura brasileiras na França.
No Brasil, antes do golpe militar, Violeta foi presidente da Juventude Universitária Católica de 1948 a 1950 -na época, tornou-se assistente de dom Hélder Câmara. Em 1951, estudou no Centro Internacional de Economia e Humanismo, em Paris, onde conheceu Gervaiseau, com quem se casou no Recife. Lá, participou do Movimento de Cultura Popular, ao lado do educador Paulo Freire.
Esteve ao lado do irmão Miguel Arraes nos momentos que culminaram com a deposição e a prisão do então governador de Pernambuco, em 1º de abril de 1964. Foi presa, com o marido, quando ia ao encontro de dom Hélder Câmara, então arcebispo de Recife e Olinda. Quatro meses depois, os militares lhe impuseram o exílio.
Na França, fez pós-graduação em psicologia, exercendo por muitos anos a função de psicoterapeuta -tendo ajudado muitos brasileiros traumatizados pela tortura, como revelou o historiador Luiz Felipe de Alencastro, 62, professor da Universidade de Paris.
Além disso, numa época em que a Embaixada brasileira negava passaportes até para os recém-nascidos, porque filhos de exilados não tinham passaporte, ela funcionou um pouco como a Embaixada brasileira anexa de todo mundo que andava por aqui no exílio.
Violeta ajudou também os exilados chilenos, que começaram a chegar à França após o golpe de Augusto Pinochet, e o movimento anticolonialista em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
Em 1979, com a anistia, Violeta regressou ao país. Voltou à França em 1984, para trabalhar como adida cultural na Embaixada brasileira. De Paris, voltou ao Ceará, para assumir a Secretaria de Cultura, em 1987.
Dez anos depois, foi nomeada reitora da Universidade Regional do Cariri. Em seguida, fundou uma ONG voltada para preservação da região onde nasceu, a chapada do Araripe, localizada na junção dos Estados do Ceara, Pernambuco e Piauí. Violeta Arraes morreu em 2008, aos 82 anos, vítima de um câncer no pulmão,
Serviço
 	II Edição do Prêmio Zuzu Angel
 	Data: 27 de maio de 2013
 	Horário: 18h
 	Local: Teatro Odylo Costa Filho – Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
Homenageados
 	Prêmio Zuzu Angel:
 	Mulheres do Grupo Tortura Nunca Mais
 	Flora Abreu Henrique da Costa
 	Yeda Botelho Salles – in memoriam
 	Cecilia Maria Bouças Coimbra
 	Maria Dolores Perez Gonzáles – in memoriam
 	Cléa Lopes de Moraes
 	Lilia Ferreira Lobo, Maria Alice de Lima Braz – in memoriam
 	Elza Joana dos Santos – in memoriam
 	Lúcia Vieira Caldas
 	Célia Frazão Soares Linhares
 	Zilda Xavier Pereira
 	Victória Lavínia Grabois
 	Elizabeth Silveira e Silva
 	Carmen Lucia Lapoente Silveira
 	Jane Quintanilha Nobre de Mello
 	Luíza Ribeiro Martins
 	Ivanilda da Silva Veloso
 	Tânia Marins
 	Cirene Moroni Barroso – in memoriam
 	Abigail Paranhos – in memoriam
 	Alzira Grabois – in memoriam
 	Joana D’ Arc Fernandes Ferraz
 	Maysa Pinto Machado
 	Mirtha Ramires
 	Regina Xexéo
 	Auxiliadora da Paz Pires Fernandes
 	Maria Auxiliadora Santa Cruz Coelho
 	Maria Vicência Pugliesi
 	Medalha Violeta Arraes de Direitos Humanos:
 	Deputada Federal Luiza Erundina (PSB – SP)
 	 Homenagem especial:
 	Hildegard Angel e Instituto Zuzu Angel pelos 20 anos de Fundação do Instituto e pelo trabalho de preservação do acervo e da memória de Zuzu Angel.
“Eu não tenho coragem, coragem tinha meu filho. Eu tenho legitimidade”, Zuzu Angel.






