A candidata à Presidência pela Coligação Unidos pelo Brasil, Marina Silva, afirmou durante debate entre os presidenciáveis realizado nesta segunda-feira (1) que as dificuldades atuais da economia brasileira exigem que o país volte a ter eficiência nos gastos públicos.
O debate promovido pelo SBT, pela Folha de S.Paulo, pelo UOL e pela rádio Jovem Pan foi pautado, principalmente, pela discussão em torno do atual cenário econômico do país, que vive um momento de recessão. Dados divulgados pelo IBGE demonstram que a economia brasileira encolheu 0,6% no segundo trimestre de 2014, na comparação com o trimestre anterior.
Marina defendeu a revisão da condução da política macroeconômica e a necessidade de uma gestão eficaz do orçamento público. “Vamos fazer com que nosso orçamento possa ser acrescido a partir da eficiência em relação aos tributos recolhidos da sociedade, que paga muito alto para que as escolhas sejam feitas na direção errada”, afirmou.
“Para subsidiar os juros dos bancos, as pessoas não se preocupam em saber de onde vem o dinheiro, mas para tirar os 10% (da receita bruta do orçamento da União) da educação para que nossos jovens tenham igualdade de oportunidades, para o Passe Livre, vem essa pergunta. O que vamos fazer são as escolhas corretas”, afirmou.
“Hoje, a população paga um preço alto pela péssima qualidade dos serviços públicos, é só ver as manifestações do ano passado”, declarou Marina, que reforçou a importância de reconhecer erros, para corrigi-los e valorizar conquistas, algo que não acontece no atual governo. “Para a presidente, quando algo vai bem, 100% dos louros são do seu governo; quando vai mal, a culpa é do mercado internacional”.
A candidata da Coligação Unidos pelo Brasil defendeu a manutenção dos investimentos do pré-sal, mas também a necessidade de se bucar “fontes alternativas de energia como a biomassa e a energia eólica, que vêm sendo utilizadas em todo o mundo”.
Também abordou sua proposta de governo para o saneamento básico como fator determinante de qualidade de vida para a família brasileira. Lembrou que crianças que vivem em condições subumanas correm mais risco de serem acometidas por doenças e têm um prejuízo de 18% na aprendizagem escolar. Afirmou que, se eleita, priorizará a adoção de ações em parceria com a iniciativa privada para o tratamento de esgoto em todo o país, a exemplo do que fez quando ministra do Meio Ambiente.
Questionada sobre os valores que recebeu como palestrante e que foram divulgados pela imprensa, Marina declarou que são fruto de trabalho honesto e transparente. “Eu vivo honestamente do meu trabalho e nunca busquei cargos públicos para sobreviver”, disse.
A candidata mostrou-se, mais uma vez, como alternativa de uma nova política, aberta ao diálogo com os brasileiros, ao debate de ideias. “Quero ser presidente do Brasil para que você volte a acreditar na política e não pensar que a inteligência de um pode ser maior que a inteligência de todos”, declarou ao final do debate.