Com a expansão do metrô e do Expresso Sul, a adoção do veículo leve sobre trilhos (VLT) e a estruturação da rede cicloviária, entre outras medidas, cerca de 90% da população do Distrito Federal será beneficiada com 277,18 quilômetros de rede integrada de transporte público. Atualmente, são 110,38 quilômetros de corredores exclusivos, faixas preferenciais e vias metroviárias. As ações fazem parte do Circula Brasília — Programa de Mobilidade Urbana do Distrito Federal, lançado pelo governador Rodrigo Rollemberg na manhã desta terça-feira (24) no Memorial Juscelino Kubitscheck.
O Circula Brasília engloba as ações do Governo do Distrito Federal de curto, médio e longo prazos para melhorar a mobilidade urbana no DF. Algumas delas são executadas desde o ano passado.
Com investimento previsto de R$ 6 bilhões, o Circula Brasília é um conjunto de 80 ações — gestão, projetos e obras — que serão executadas em, no mínimo, dez anos. Há três focos principais: melhorias no sistema de transporte coletivo, ampliação da infraestrutura e investimento na mobilidade ativa — ambientes seguros para os deslocamentos a pé e por bicicleta.
Coordenado pela pasta de Mobilidade, o Circula Brasília é um programa executivo de Estado que dá prioridade a investimentos no transporte coletivo (que hoje corresponde a 32% das viagens no DF) e no não motorizado (23%), como bicicletas e a pé. As medidas envolverão a melhoria da integração entre os meios, a requalificação urbana — construção de calçadas e de ciclovias —, a adoção de novas tecnologias e a valorização da acessibilidade.
Rede de integração
Durante o lançamento, o governador Rodrigo Rollemberg ressaltou que não se trata de uma política de governo, mas de uma política de Estado. “Todos sabem que ela não será implementada toda em apenas um governo, mas definirá os parâmetros para uma mobilidade urbana moderna, eficiente, integrada, como deve ser no século 21.”
O secretário de Mobilidade, Marcos Dantas, destacou que o programa vai mudar o conceito de mobilidade no DF. “De forma articulada com a sociedade civil e os órgãos de governo, vai contribuir para a melhor aplicação do dinheiro público de forma sistematizada e focada na melhoria da qualidade de vida da população.”
Transporte coletivo
Até o fim deste ano, nove terminais rodoviários em reforma e quatro novos serão entregues à população. Esses se juntarão aos quatro reinaugurados em 2015 (Ceilândia, Gama, Riacho Fundo II e Sobradinho II). Os recursos de R$ 33 milhões para as reformas e construções dos terminais são de contrato firmado em 2008 com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O governo criará os Expressos Norte, Noroeste, Leste, Sudoeste e Aeroporto. Parte dos recursos e a manutenção virão de parcerias público-privadas. Ao término das obras, a rede terá 155 quilômetros de corredores exclusivos e 30 de faixas preferenciais.
“Quero registrar uma característica deste plano, que é a parceria. Estamos vivendo um momento na vida do País em que os governos, por mais eficientes que sejam, são incapazes de enfrentar e superar sozinhos os enormes desafios. Refiro-me à parceria com o setor produtivo no sentido de trazer os investimentos necessários”, acrescentou o chefe do Executivo durante o evento de hoje.
Metrô e VLT
O investimento no transporte coletivo também abrange o metrô e o veículo leve sobre trilhos (VLT). O Circula Brasília prevê a contratação e o desenvolvimento de projeto de engenharia das Linhas 1 e 2 do VLT. A primeira ligará o Terminal Asa Sul ao Terminal Asa Norte, com 15 quilômetros de extensão, pela W3. A segunda passará pela Esplanada dos Ministérios, pela Rodoviária do Plano Piloto e pelo Eixo Monumental até a Estação Rodoferroviária, com uma derivação pelo Setor de Indústrias Gráficas, pelo Sudoeste e pelo Setor de Indústria e Abastecimento, com 22 quilômetros.
Tecnologia
Em fase de instalação, o Centro de Controle Operacional funcionará na sede do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans). Por meio dele, o governo poderá rastrear os ônibus em tempo real — GPS — e informar aos cidadãos o horário em que o veículo passará. A informação será passada por aplicativo baixado em computador, celular ou tablet. O controle também será feito por sistema de videomonitoramento.
Aplicativo semelhante está em fase de testes para os usuários dos serviços da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) na Estação Arniqueira. O utilitário permite que passageiros vejam rotas e horários dos veículos.
Outro benefício para os cidadãos será a implementação de rede de internet wi-fi nos terminais de maior rotatividade. O metrô conta com o acesso nas Estações Central, Galeria, Feira e Águas Claras.
Mobilidade ativa
A integração entre pedestres, bicicletas e transporte coletivo é um dos fundamentos da mobilidade ativa. Entre as ações estão estruturação de uma rede cicloviária, uso compartilhado de bicicletas e reconfiguração de calçadas, inclusive com a instalação de iluminação pública. Para oferecer à população uma rede cicloviária precisa e útil, o governo mapeia a necessidade em cada região administrativa.
Está prevista ainda a instalação gradativa de paraciclos — estacionamentos de curta ou de média duração para bicicletas — próximo a empreendimentos que provoquem o aumento do fluxo de pedestres e de veículos. Além disso, haverá ampliação para outras regiões administrativas do sistema de bicicletas compartilhadas. Hoje são 400 unidades em 40 pontos no Plano Piloto.
Com informações da Agência Brasília