O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) sugeriu, em discurso na segunda-feira (2), que a presidente da República, Dilma Rousseff, cancele a visita oficial aos Estados Unidos, agendada para outubro. O senador acredita que o cancelamento da viagem vai servir para mostrar "o repúdio do Brasil” contra a espionagem praticada por aquele país. Para ele, a espionagem contra Dilma é "um ato absolutamente inaceitável”.
"Eu quero propor à presidenta Dilma que cancele a visita aos Estados Unidos, pois temos que ter neste momento gestos graves para mostrar o repúdio do Brasil, o repúdio da nação brasileira a esses atos de espionagem à própria presidenta da República, à autoridade maior deste país", afirmou.
No domingo (1º), o programa Fantástico, da TV Globo, noticiou que serviços de inteligência dos Estados Unidos espionaram a presidente Dilma e assessores próximos. Para o senador, o caso mostra que o Brasil precisa dar mais atenção "às questões da cibernética”.
"O Brasil precisa efetivamente se preparar para este novo momento das relações mundiais, em que os investimentos na área de defesa, os investimentos em ciência, tecnologia e inovação são absolutamente fundamentais para garantir a segurança nessa área", disse.
Segundo Rollemberg, o orçamento brasileiro para a área de cibernética foi de R$ 111 milhões em 2012, porém apenas 31% desse total foi gasto.
Cassação
Rollemberg aproveitou para parabenizar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, por ter suspendido, em decisão liminar, a sessão da Câmara dos Deputados que decidiu pela não cassação do mandato do deputado Natan Donadon. Para o senador, o ministro agiu corretamente ao suspender os efeitos "da nefasta sessão, da vergonhosa sessão da Câmara que livrou da cassação o deputado Natan Donadon”.
Em sua decisão, Barroso argumenta que a interpretação constitucional correta seria de que a Mesa da Câmara deveria proclamar a perda do mandato de Donadon, pois, como preso, está com seus direitos políticos suspensos. Para Rollemberg, o caso também mostrou a necessidade urgente de o Congresso aprovar o fim do voto secreto.
" O Congresso Nacional brasileiro foi motivo, com razão, de chacota da população brasileira ao longo da semana. Como pode caber na cabeça de alguém que uma pessoa condenada à prisão possa exercer o mandato de deputado federal?", indagou.