O atual momento do País reflete grande insatisfação e desejo de mudanças por parte da população. As pesquisas de opinião têm refletido isso e os gastos com a Copa do Mundo só aumentam a descrença com a política brasileira. Estes e outros assuntos foram tema de discurso do deputado federal Romário (PSB-RJ), nesta terça-feira (22), no Plenário Ulysses Guimarães, em Grande Expediente.
Segundo levantamento feito pelo UOL Esporte, o financiamento das obras da Copa aumentou, em média, em 30% o endividamento de oito cidades-sede. “O Rio de Janeiro, que já tem uma dívida da ordem de R$ 7 bilhões, segundo a Secretaria de Fazenda do Município, recebeu da União nada menos que um R$ 1,2 bilhão. É a cidade que recebeu a maior quantidade de recursos federais para o Mundial”, disse o parlamentar.
Para ele, isso é parte da insatisfação que tem levado as pessoas às ruas para protestar. “Queremos serviços de qualidade e queremos respeito ao nosso dinheiro. Em poucos lugares do Brasil, no entanto, a insatisfação é tão grande quanto no meu Estado. Nós acabamos de viver, no Rio de Janeiro, o apagar das luzes do Governo Cabral Filho – na verdade, parece que as luzes se apagaram faz tempo”, lamentou Romário.
Em meio às críticas sobre a falta de hospitais equipados, mobilidade urbana limitada e segurança pública a desejar, o socialista também lamentou a humilhação que muitas famílias passaram na desocupação da favela da OI/Telerj, um terreno da União privatizado e abandonado por décadas. “Elas não estão pedindo favor, não estão reivindicando privilégio. A Constituição estabelece que a propriedade deve atender a sua função social”, destacou.
Ao encerrar sua fala, Romário deixou claro que não é, de forma alguma, contra a Copa do Mundo. “Eu apenas lamento que a gente tenha perdido essa oportunidade de tornar o nosso País um lugar melhor para se viver, com mais mobilidade, mais acessibilidade, mais segurança e, principalmente, mais dignidade e respeito pelas pessoas”, concluiu.
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