Líder comunitária e negra, Jacqueline Moraes (PSB), 43 anos, é a primeira vice-governadora mulher eleita no Espírito Santo.
Microempreendedora e no sétimo período do curso de Direito, Jacqueline quer atuar na articulação do governo com partidos políticos e movimentos sociais.
A socialista iniciou trajetória política no Bairro Operário, região da periferia de Cariacica, município da Grande Vitória. “Comecei a acompanhar e entender mais, estar próxima da prefeitura, da Câmara e ver como as coisas funcionavam”, conta.
Conseguiu que as obras do PAC do governo federal chegassem ao bairro. Foram mais de R$ 12 milhões de investimentos em infraestrutura. Das 36 ruas do Operário, apenas uma era asfaltada. Hoje 90% têm pavimentação.
“Durante uma palestra de Renato Casagrande, na época em que ele organizava sua campanha para senador, ele falou sobre recursos do PAC do Governo Federal. Isso nos acendeu uma luz, brigamos por aquilo”, lembra.
Conquistou o primeiro cargo eletivo em 2012. Elegeu-se vereadora por Cariacica. Foi duas vezes vice-presidente da Câmara municipal e presidente da comissão de Saúde e Educação.
Nessa época usava uma Kombi batizada de “JacMóvel” para percorrer as comunidades e “ouvir as pessoas”.
Como vereadora, conquistou a aprovação de um projeto que permite a produtores orgânicos fornecerem merenda escolar às escolas municipais.
Outra iniciativa importante aprovada no município é a concessão de prêmios a escolas e a professores que trabalham com o tema da Consciência Negra nas salas de aula. “Sempre lutamos a favor dos movimentos sociais dentro do mandato”, destaca Jacqueline.
Para a ex-vereadora, foi uma “grande surpresa” receber o convite para ser a vice de Casagrande. “Ele foi muito sensível a essa mudança nacional que está havendo, de empoderamento da mulher. Sei que ele acredita na minha competência de representar aquilo que já venho fazendo ao longo da minha trajetória, que é a de trabalhar com os movimentos sociais e representar a mulher negra”, afirma.
Segundo ela, a gestão socialista no Estado será baseada no diálogo.”Se você quer resultado em um governo, não pode agir com arrogância, prepotência; tem que agir dialogando com as pessoas”, defende. “Agora, a capacidade que eu vejo de um governo é você formar uma boa equipe. Ninguém trabalha sozinho; você trabalha ouvindo as pessoas, dialogando, ofertar para o povo capixaba uma política mais social, mais igualitária e com justiça”, afirma.
A vice-governadora eleita diz que o governo eleito vai inaugurar um novo ciclo na ecomomia do Estado.”Fazer política é fazer justiça; precisa pensar que tem que levar pra onde não tem e ter sustentabilidade; criar um ambiente favorável para o Estado, que também é um propulsor de negócio para o país, com nossa logística marítima, ferroviária. Tem que fazer isso funcionar a todo vapor, declara.
Para Jacqueline, “se a política não servir para fazer justiça não serve mais pra nada”.
Com informações do Portal Tempo Novo