Os senadores Antônio Carlos Valadares (SE), Fernando Bezerra Coelho (PE), Lúcia Vânia (GO), Roberto Rocha (MA) e Romário (RJ) votaram nesta quinta-feira (12) pela admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para os socialistas, há indícios suficientes para abertura de processo no Senado contra a mandatária.
Antes da votação, os senadores discursaram durante a sessão extraordinária aberta para a instaurar o processo de impedimento contra a presidente. Cada orador inscrito teve até 15 minutos para justificar sua posição sobre o parecer da Comissão Especial. Confira os principais trechos dos discursos dos senadores:
Antônio Carlos Valadares (SE) – “O Partido Socialista Brasileiro neste processo de impeachment atua de forma coerente com a sua história e com os valores que abraça. O partido começou a alertar o Governo para os equívocos na condução da política econômica, já no início da administração da Presidenta Dilma. Ela se manteve fechada, no entanto, ao diálogo com os aliados e insistiu em medidas que levaram o País ao descalabro fiscal. De tanto pregarmos no deserto, o PSB decidiu deixar a Base de Apoio ao Governo em 2013. E fizemos isso de forma transparente. Nosso então Presidente do Partido, o Governador Eduardo Campos, advertiu Dilma sobre a crise que a sua forma de governar estava gerando. Lamentavelmente, nenhuma mudança de rumo, foi realizada. Eduardo Campos nunca se cansou de dizer que é preciso coragem para mudar e 'Não vamos desistir do Brasil'".
Fernando Bezerra Coelho (PE) –
“Como se não bastasse a tentativa de mascarar a verdadeira contabilidade do Governo, a falta de diálogo político levou o País a um cenário de ingovernabilidade, tendo a Presidente da República perdido autoridade e o apoio político. A Presidente da República, tenho certeza, continuará a exercer, como o fez até agora, a sua ampla defesa numa próxima fase. A Casa, sob a Presidência do Senador Renan Calheiros, garantirá o devido processo legal. Não bastasse isso, ressalto ainda que o País também precisa avançar para a superação do impasse político, precisa buscar uma alternativa que torne possível enfrentar o atual cenário de crise política e econômica, algo que o atual Governo já se mostrou incapaz de fazer”.Lúcia Vânia (GO) – "A Presidente da República é acusada de dois crimes de responsabilidade: abertura de créditos suplementares sem autorização legislativa e contratação ilegal de operações de crédito com as instituições financeiras controladas pela União. Ambas as acusações estão fartamente documentadas. Como destaca o Senador Anastasia, em seu relatório, trata-se da admissibilidade de uma denúncia centrada em indícios de irregularidades que podem colocar em xeque o regime de responsabilidade fiscal conquistado há 16 anos. Está em jogo, portanto, um patrimônio caro aos brasileiros: a estabilidade fiscal e monetária do País. As medidas governamentais citadas e documentadas na denúncia representam a violação sistemática da Lei de Responsabilidade Fiscal, o principal dos mecanismos jurídicos para a estabilidade da nossa economia".
Roberto Rocha (MA) –
"A denúncia que chega a esta Casa, amparada por 367 votos dos senhores deputados federais, por si só já configura um veredito político que nós, senadores, pelo menos nessa etapa do processo, não podemos ignorar. Minha decisão está fundamentada em minucioso estudo realizado tecnicamente por minha assessoria, abordando os aspectos legais imputados na denúncia. Voto pela admissibilidade da denúncia, na expectativa de que o Senado conduza o processo de forma límpida, amparado na Constituição Federal e animado pelo senso de justiça".Romário (RJ) – "Ouvi as informações técnicas, os pareceres jurídicos e os posicionamentos políticos. Discuti com meus assessores e pares cada um dos pontos levantados. Por tudo o que li, ouvi e entendi, cheguei à conclusão de que há, sim, indícios de crime de responsabilidade fiscal, cometidos pela presidente da República, que precisam ser apurados. Por isso, votarei pela admissão do processo de impeachment. Tenho plena consciência e confiança de que o Brasil é forte o suficiente para dar a volta por cima, mas isso só acontecerá através de medidas firmes de redução de gastos do Governo e estímulo à economia. Temos que unir forças para superar a crise sem causar prejuízo algum para a maior parte da população. Nunca poderemos esquecer de que os mandatos acabam, os governos passam, e o País fica. Por isso, é importante registrar, neste momento, que eu não apoiarei nenhuma medida que retire garantias sociais ou direitos do trabalhador, conquistados com tanto suor. É pelas mãos dos trabalhadores que sairemos dessa crise, e não penalizando aqueles que mais fizeram e fazem pelo nosso País".
Veja o discurso de Antônio Carlos Valadares:
Veja o discurso de Fernando Bezerra Coelho:
Veja discurso de Lúcia Vânia:
Veja o discurso de Roberto Rocha:
Veja o discurso de Romário:
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional