
“Temos que exercer o protagonismo que nos corresponde como instituição política e partidária das mais antigas da história republicana e com a credibilidade que tem o PSB”, afirma Siqueira. Foto: Humberto Pradera
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu o protagonismo do PSB para buscar uma solução democrática que possa ajudar o país a superar esta situação que classificou de “demasiadamente grave”. “Nós, como agentes políticos, não podemos assistir isso, apenas contemplando a realidade. Temos que exercer o protagonismo que nos corresponde como instituição política e partidária das mais antigas da história republicana e com a credibilidade que tem o PSB”, afirmou Siqueira aos membros da Executiva Nacional do partido, durante a reunião deste sábado (20), em Brasília.
Para o presidente, a solução para este momento de crise deve passar pela reação dos políticos junto à sociedade. “A solução só pode ser dada se a elite política ou, ao menos, parte dela, for capaz, junto com setores da sociedade civil organizada, de reagir aos acontecimentos que estamos vendo para que nós possamos, de fato, dar nossa contribuição como cidadãos, como brasileiros que gostam do seu país e, como socialistas membros de um partido histórico na vida republicana, que precisa ser exemplar nesse momento e ter responsabilidade e serenidade pra poder contribuir de forma positiva para a solução da crise”, disse.
Carlos Siqueira, que presidiu a reunião por cerca de quatro horas, avaliou que o sistema político brasileiro precisa ser completamente renovado, pois os políticos em geral “renunciaram à política”. “Quando se renuncia à política pra fazer negócios, aí a tragédia aparece como apareceu nesse momento”, afirmou.
Ele citou o exemplo de Miguel Arraes, prefeito do Recife e governador por três vezes, como alguém que conquistou credibilidade e que não se submeteu a chantagens de qualquer tipo durante seus mandatos, buscando sempre garantir os direitos aos mais pobres. “Eu vi doutor Miguel Arraes ser governador três vezes e jamais se submeter a uma chantagem de um presidente da República, porque o dinheiro dos impostos não é municipal, estadual ou federal. Ele é público. Portanto, o político que tem credibilidade jamais pode se submeter a uma chantagem de qualquer que seja o presidente da República”, enfatizou.
O socialista acrescentou que governadores e prefeitos são, sobretudo, políticos e que as posições e decisões tomadas por eles é que marcam a história. “O que diferencia os políticos são as suas posições políticas, não apenas suas administrações”, frisou.
Durante a reunião, o vice-presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Paulo Câmara, disse que o país precisa encontrar uma rápida solução para sair da crise. “O que está sendo colocado pela Executiva está correto, é o melhor para o Brasil. Quanto mais rápida essa solução, será melhor para o país, para a retomada do crescimento e da geração de emprego. Defendemos uma saída pela Constituição, que é o nosso maior alicerce. Nossa jovem democracia não pode sofrer nenhum tipo de atalho”, defendeu Câmara.

Foto: Humberto Pradera
O vice-presidente de Relações Institucionais do PSB, Beto Albuquerque, destacou que os governos são passageiros, mas a história do partido fica ao longo do tempo. “Por isso, nós temos que ter muita responsabilidade histórica nesse momento”, declarou.
Beto Albuquerque também apoia a renúncia do presidente Michel Temer e, caso ele não o faça pessoalmente, que o PSB utilize todos os métodos possíveis para impedir a continuidade do governo. “Nós precisamos exigir a renúncia porque é o caminho mais rápido para o Brasil não se afundar ainda mais na crise econômica e política. Óbvio que isso depende do presidente, mas se ele não o fizer, nós vamos fazer o que já fizemos que é pedir o impeachment, julgamento no TSE, tudo que possa impedir a continuidade desse governo que já acabou”, anunciou.
A mesma defesa fez o vice-governador de São Paulo, Márcio França. “A solução tem que ser rápida e curta porque, senão, vamos sofrer novamente com perdas na economia. Estamos defendendo uma saída constitucional. Caso essa solução seja tomada, haverá um novo governo, novas forças se alinharão, e a responsabilidade nos impõe em ajudar o país. Reafirmo a minha posição em apoio à resolução”, declarou França.
O secretário-geral da Executiva Nacional do PSB, Renato Casagrande, também se colocou a favor da integralidade da resolução política aprovada. “A nota está muito equilibrada porque não faz pré-julgamentos e carrega a responsabilidade de um partido como o PSB, que vai fazer 70 anos em agosto, um partido maduro”, analisou. Para Casagrande, a preocupação expressa na resolução com o respeito à Constituição é um pressuposto para qualquer saída da atual crise.
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Assessoria de Comunicação/PSB Nacional