O cerco sobre as organizações criminosas que atuam no Brasil, praticando o tráfico de pessoas, está se fechando cada vez mais. Em seminário realizado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado nesta terça-feira (5), o tema "Um estudo sobre o tráfico de pessoas no Brasil" foi amplamente discutido para conhecer o trabalho de um grupo de estudos da Universidade Católica de Brasília (UCB).
O deputado Pastor Eurico (PSB-PE) lamenta o fato de o Brasil ser campeão neste assunto de âmbito mundial. “Entendemos que o tráfico de pessoas tem sido algo terrível especialmente na questão do tráfico de mulheres para fins de exploração sexual, onde muitas vivem como escravas aqui e no resto do mundo. Hoje existe uma renda em torno de 32 bilhões de dólares por ano, gerada por esta desgraça. Temos uma CPI que está em andamento, mas podemos fazer muito mais, o Brasil não pode se calar diante desta catástrofe, que entendemos ser responsabilidade do governo brasileiro resolver esta questão”, disse Pastor Eurico.
A professora e integrante do grupo de estudos da UCB, Andrea Studnicka, afirmou que o tráfico de pessoas está relacionado à corrupção de agentes públicos, à falsificação de documentos e sugere que o número da carteira de identidade seja vinculado ao endereço da pessoa para facilitar as investigações. “Não temos um banco de dados sobre o tráfico de pessoas e não sabemos ainda como trabalhar isso. O Brasil é visto como um país onde o assunto é menos estudado e entendido em todo o mundo”, explicou a professora.
O deputado José Augusto Maia (PTB-PE) defendeu a criação de um ministério da segurança pública para tratar destas questões com mais eficiência. Já a procuradora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal, Arinda Fernandes, solicitou à Câmara dos Deputados que vote logo a tipificação do crime organizado e do terrorismo porque isto ajudará no combate ao tráfico de pessoas.