O Movimento Sindical do Partido Socialista Brasileiro (CMS/SSB) realizou nesta sexta-feira (27), em Brasília, o VII Congresso Sindical Nacional. O destaque na pauta foi a eleição e posse da Executiva Nacional Sindical. Com apenas uma chapa inscrita, a Unidade para Lutar, o colegiado manteve como secretário nacional, Joílson Cardoso (RJ). Ainda compõem a Coordenação Geral Nacional o ex-deputado federal Vicente Selistre (RS) e Márcia Almeida Machado (ES).
O encontro discutiu, ainda, as teses e resoluções sindicais que serão levadas ao Congresso Nacional do PSB, que acontece neste domingo (29), também em Brasília.
Dentro da temática nacional, foi feita a análise da situação atual para a classe trabalhadora, prejudicada com ações do Governo como renúncias fiscais que beneficiam empresas e aumento de juros que atingem os assalariados. “Reconhecemos os avanços que ocorreram no País com a eleição de Lula, mas é notória a estagnação sofrida durante o Governo Dilma”, afirmou Joílson. Segundo o secretário, “Dilma virou as costas para os movimentos sociais, em particular o sindical, e não avançou nenhum ponto da pauta trabalhista”.
Joílson destacou o rompimento de três pactos por parte do Governo Dilma: o pacto social, o federativo e o político. Para o sindicalista, a quebra do pacto social se deu, entre outros fatos, pela manutenção até então do fator previdenciário, com prejuízo direto para os aposentados. “Mais do que isso, vemos a Pauta trabalhista travada no Congresso sob a mão pesada do Governo, que não promoveu nenhum avanço”, enfatizou.
O pacto federativo é outro ponto que, segundo Joílson, foi desrespeitado na gestão de Dilma e gerou a estagnação em todo o Brasil e piorou a qualidade dos serviços públicos. “A Constituição de 1988 reservou tarefas gigantescas para estados e municípios, porém o recurso continua concentrado na mão da União. As pessoas não vivem na União, elas vivem nos municípios, e essas questões precisam ser discutidas.”
Por fim, o rompimento do pacto político promoveu a crise de representação política. “Precisamos aposentar compulsoriamente figuras emblemáticas do retrocesso da política brasileira. Ouvindo as vozes das manifestações da população brasileira, precisamos dar respostas. Não podemos mais viver em um país sem reforma política, com políticos sendo eleitos pelo poder econômico em detrimento das propostas.”
“Eduardo Campos representa para nós a reformulação destes três pactos e ele já assumiu conosco o fim do fator previdenciário e outros pontos tão importantes para nós”, ressaltou.
Internacional
Os delegados sindicais discutiram, ainda, o cenário internacional e fecharam questão quanto à defesa dos governos progressistas latino-americanos e da união da classe trabalhadora em todo o continente, com defesa à autonomia e soberania dos povos.
O encontro fez, ainda, homenagem ao presidente de honra do PSB, Jamil Haddad, falecido em 2009, vítima de infarto, aos 83 anos.