O candidato à Presidência da República pela Coligação Unidos pelo Brasil, Eduardo Campos, cumpriu uma agenda extensa na capital baiana nesta quinta-feira (7). Em entrevista na sede da Sociedade Protetora dos Desvalidos, no Terreiro de Jesus, falou do projeto de universalização do ensino integral e do Passe Livre, pontos centrais de seu programa de governo.
“Em um prazo de quatro anos, vamos universalizar a escola em tempo integral como a maior política de apoio à juventude já realizada no Brasil, antecipando a meta do Programa Nacional de Educação, que previa um prazo de dez anos”, comentou. “É uma questão de decisão política: em Pernambuco, quando era governador, fizemos a maior rede de ensino médio de escola em tempo integral, na qual estudam mais alunos que São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais juntos.”
Segundo ele, o objetivo é que, em dez anos, o aluno tenha direito ao ensino integral da creche ao ensino médio: “O ensino será em dois turnos, com mais disciplinas e conteúdo, aliando também ao ensino profissional, para preparar os jovens para o mundo do trabalho”.
Eduardo ressaltou as lacunas da atual lei de cotas (12.711/2012) e propôs uma nova agenda integrada para o jovem estudante brasileiro e para eliminar a desigualdade racial no País. “Ainda existe uma desigualdade efetiva que se reporta para o estudante negro e branco. É preciso ter a cota associada a uma assistência estudantil com o passe livre, com assistência para alimentação e moradia, que são compromissos meu e de Marina”, afirmou.
O presidenciável também criticou a falta de políticas públicas efetivas do atual governo em diversas áreas e destacou seu compromisso de garantir a igualdade de oportunidades de forma universal. “Nos últimos três anos e meio, demonstramos por números a falta de ação da presidente Dilma no que diz respeito à reforma agrária, ao reconhecimento das comunidades quilombolas, à demarcação de terras indígenas e as unidades de conservação, o que demonstra a falta de foco frente aos desafios do País”, afirmou.
“Temos na questão da segurança um ponto crítico no Brasil e especialmente com a violência à juventude negra”. Ele citou recente estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), segundo o qual, no período de 2002 a 2010, o índice de homicídios aumentou em 137% entre negros jovens e caiu entre jovens brancos.
Após a coletiva, Eduardo, na companhia da candidata da coligação ao governo da Bahia, Lídice da Mata, e da candidata ao Senado, Eliana Calmon, seguiram para uma caminhada pela igualdade racial pelas ruas do Pelourinho, tradicional ponto histórico de Salvador, e fecharam a agenda do dia com visitas às sedes do Cortejo Afro e do Olodum, ao Projeto Axé, e ao Teatro Arena do Senac, onde participaram de um encontro com a juventude local.