Policiais militares que atuam no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) ressaltaram, na terça-feira (3), a necessidade de maior incentivo do Governo Federal para fortalecer e ampliar o programa. De acordo com o coronel da Polícia Militar do Paraná, Douglas Dabul, investir na prevenção do uso de drogas significa economia para os cofres públicos. Cada criança ou adolescente em formação no Proerd custa, em média, R$ 20, enquanto o tratamento de um usuário de drogas custa, em média, R$ 800.
A pedido do deputado federal Cabo Juliano (PSB-MT), a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado debateu a relevância do Proerd. O curso, ministrado por policiais militares capacitados de todo País, é desenvolvido em escolas públicas e privadas para alunos do quinto ao sétimo ano do ensino fundamental. O objetivo é promover cultura de paz dentro das escolas e dialogar com adolescentes sobre o perigo das drogas. O Proerd também oferece curso específico para pais ou responsáveis para que o diálogo também aconteça dentro de casa.
Cabo Juliano afirmou a importância da expansão do programa. Para ele, é necessária a parceria dos ministérios da Saúde e Educação e Justiça. “O uso de drogas entre os jovens está cada vez mais comum no País. Investir nesse trabalho auxiliará o combate às drogas.” De acordo com ele, as aulas permitem às crianças a desenvolver uma atitude positiva em relação às autoridades e respeito pelas leis. Para o deputado federal Pastor Eurico (PSB-PE), o Pread é hoje o mais eficaz trabalho realizado na prevenção primária para crianças e adolescentes. “Precisa de maior reconhecimento e aumento no número de policiais disponíveis para ministrar as aulas”, acrescenta.
Nesse sentido, o coordenador da Área de Policiamento Comunitário da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Erisson Pita, explicou que os recursos são disponibilizados pela pasta, mas cabe aos gestores municipais decidir em que política de segurança vão investir. “Por essa razão é necessária a divulgação para estados e municípios do sucesso do programa. No ano passado 15 milhões de jovens foram atendidos. A expetativa é dobrar o número de atendimentos este ano.”
Drogas lícitas– O capitão da Polícia Militar do Paraná, Dalton Perovano, chamou atenção também para necessidade de prevenção do uso de álcool e tabaco. Pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) em 2010 mostra que adolescentes tem o primeiro contato com o álcool aos 12 anos e com o tabaco aos 13. Dos entrevistados, 46% experimentaram as drogas dentro de casa, com os pais.