Evento reuniu lideranças socialistas de todo o Brasil na capital pernambucana
Durante o Seminário Diálogos do Brasil: Reflexões sobre a crise e os caminhos democráticos, promovido pela Fundação João Mangabeira (FJM), o prefeito do Recife e primeiro secretário secretário nacional do PSB, Geraldo Julio, elencou a defesa do novo federalismo e o esforço para a manutenção do emprego como os principais desafios para o Brasil no atual cenário.
Geraldo destacou que o Brasil registrou os piores meses de abril e maio desde o início da série histórica em 1992, com a perda de mais de 200 mil vagas de trabalho formais. "O emprego está derretendo no Brasil. A gente tem que fazer um esforço para construir, onde o PSB governa, um ano diferente desse que vem sendo desenhado pelos analistas, e pelas projeções que vem sendo feitas país afora para o Brasil", defendeu o gestor socialista.
"É importante o PSB mostrar mais uma vez que é possível sim. Mostrar que uma gestão tem o povo no seu centro e no seu foco é possível melhorar a vida das pessoas e a gente vai continuar fazendo isso", completou
O prefeito do Recife defendeu ainda a recomposição do Pacto Federativo conforme estava previsto na Constituição em 1988, quando três quartos dos recursos arrecadados pela União eram compartilhados automaticamente para Estados e Municípios.
"Hoje, apenas R$ 1,50 de cada R$ 4 é repassado. Diminuíram as transferências constitucionais pela metade e nenhuma das obrigações e responsabilidades saiu do colo dos prefeitos e governadores. Este pacto federativo não atende mais as necessidades do povo. Ele foi desvirtuado", afirmou Geraldo Julio.
Ele argumentou ainda que a queda nas transferências constitucionais criou uma excessiva estrutura burocrática responsável pela análise de convênios e projetos. "Para se ter ideia, temos hoje quase 50 mil pessoas trabalhando no Brasil inteiro, em prefeituras, estados e no governo federal, só para tirar o dinheiro de Brasília e fazer chegar nos 5500 municípios e nos estados. Isso custa de 15 a 20 bilhões de reais por ano do povo brasileiro", explicou Geraldo.
Segundo o gestor, é natural que, dentro desse modelo, estados e municípios mais ricos consigam levantar mais recursos junto a Brasília. "Esse pacto federativo está aprofundando desigualdades no Brasil. O dinheiro tem que estar onde está a responsabilidade e a obrigação. Basta de o governo federal querer decidir as decisões locais. O governo federal tem que decidir as questões nacionais, os estados as questões regionais e as prefeituras as questões locais", defendeu.