
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil deve discutir a redução da jornada de trabalho diante das transformações tecnológicas em curso. Durante um almoço promovido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Alckmin destacou que há uma tendência global de encurtamento do tempo de trabalho e que o avanço da tecnologia já permite uma reconfiguração do modelo produtivo.
“Estava representando o presidente Lula na COP 29 quando veio a pergunta sobre isso. Eu respondi e quero reiterar aqui: há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada de trabalho. Isso é uma tendência mundial, porque, cada vez mais, com a tecnologia, é possível fazer mais com menos gente”, declarou o vice-presidente, durante sua participação em um almoço com representantes da Frente Parlamentar Empresarial (FPE), na terça-feira (6), em Brasília.
Para Alckmin, o debate sobre a redução da jornada de trabalho deve acontecer com a participação do Congresso Nacional e dos sindicatos de trabalhadores. “Em algumas alas da indústria, a escala já não é mais 6×1. Esse é um debate que, na minha opinião, o Congresso deve discutir, com a participação dos sindicatos, que devem analisar quais setores devem avançar mais ou menos”, afirmou.
A discussão sobre a redução da jornada está em trâmite na Câmara dos Deputados por meio de um Projeto de Emenda à Constituição (PEC) há cerca de dois meses. O texto sugere o fim da escala de trabalho 6×1 está parada na Casa e enfrenta resistência de algumas alas do Congresso, mas se tornou prioridade do governo este ano.
Em pronunciamento nas redes de televisão e rádio, na última quarta-feira, 30 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a mencionar o tema e afirmou que se empenhará para que o assunto seja debatido na sociedade. “Nós vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho, vigente no país, onde o trabalhador passa seis dias no serviço e tem apenas um de descanso. A chamada jornada 6 por 1. Está na hora de o Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras”, declarou o presidente.
Com informações da Agência O Globo