
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB) coordenou, nesta quarta-feira (15), a reunião ministerial da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). O grupo, criado em 2004 durante o primeiro governo Lula, busca traçar estratégias para estreitar as relações do país com a China, seu maior parceiro comercial.
Em março, o presidente Lula irá à China, em busca de atrair mais investimentos e diversificar o comércio bilateral entre os dois países, informou Alckmin. A reunião da Cosban, que reuniu ministros no Palácio do Itamaraty, serviu para dar início aos preparativos da viagem. Haverá ainda um segundo encontro para tratar das pautas específicas de cada pasta que serão aprofundadas com o governo chinês.
Durante o encontro, Alckmin disse que “há muitas oportunidades” para avançar mais na relação entre os países. O comércio bilateral entre Brasil e China é de US$ 150 bilhões, com um superavit, para o lado brasileiro, de US$ 28 bilhões. Há US$ 70 bilhões em investimentos da China no Brasil, e o governo Lula quer buscar o aumento desse valor.
“A meta é atrair mais investimentos, temos muitas possibilidades, energias renováveis, hidrogênio verde, infraestrutura, complexo da saúde área aeroespacial, educação, ciência e tecnologia, agricultura, turismo. Não tem uma área que não possa ser implementada um aumento, diversificação do comércio bilateral”, disse Alckmin.
Alkcmin falou ainda sobre a necessidade de valorizar o Mercosul, e lembrou que em diversos blocos regionais, a maior parte do comércio é praticada internamente, entre os países associados. Na União Europeia, por exemplo, mais de 70% do comércio é praticado entre os países-membros. Já na América Latina, esse percentual fica em menos de 30%.
“A primeira tarefa é fortalecer o comércio regional, porque o mundo, embora seja globalizado, é fortemente intrarregional. Precisamos fortalecer aqui as relações de comércio e aproveitar todas as oportunidades na nossa própria região”, defendeu Alckmin.
Sobre os tratados bilaterais, outra meta do governo é avançar nos acordos. O mais adiantado, segundo o vice-presidente, é o Mercosul-União Europeia. “Não há dúvida de que há muitas oportunidades de termos entendimentos entre Mercosul e EUA ou China”, disse.
Ao deixar o Itamaraty, Alckmin se dirigiu aos jornalistas para falar de duas recentes conquistas brasileiras que contribuem para ampliar as relações comerciais com o exterior. A primeira foi o fato de os EUA terem retirado o Brasil da “lista antidumping” para placas de aço carbono, uma liga metálica bastante usada na indústria automobilística; de eletrodomésticos; e pela construção civil.
A outra, foi a desburocratização de um procedimento para a exportação de carne de frango. “Antes, para exportar esse produtos, tínhamos de fazer uma emissão de certificado em papel que era emitido pelo Banco do Brasil a um custo de R$ 160 cada. Só no ano passado foram feitas 14,5 mil emissões. Essas licenças passam agora a ser feitas de forma digital e a custo zero. Ganha tempo, desburocratiza, tira papel e reduz custos. Tudo para facilitar a vida do empreendedor”.
Com informações da Agência Brasil