Na noite desta terça-feira (01), o líder do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS), deixou muito clara em suas falas no plenário da Câmara a posição da bancada socialista a respeito da proposta de reforma eleitoral, chamada de minirreforma (PL 6397/13). Chamando a proposição de “remendo eleitoral”, Beto afirmou que o PSB já deixou claro que tem posição sobre o tema. "Somos favoráveis ao fim da coligação nas eleições proporcionais, à cláusula de barreira e à unificação das datas das eleições. Isto sim produziria mudanças cruciais na organização partidária brasileira", definiu.
O líder socialista lamentou que esse debate não seja feito com a mesma “devoção” com que é feito na reta final do prazo para a realização de uma eleição. “Acho que quem faz essa matéria está bem intencionado. Não vou fazer juízo de valor. Mas ninguém pode dizer que esse projeto reduzirá custos de campanha. Não é verdade”, afirmou.
Na avaliação do líder do PSB na Câmara a chamada minirreforma fará exatamente o contrário, ampliando-se condições de captação de recursos sem que haja limites. “Trata-se de perfumarias, de contratação de cabos eleitorais, de cavaletes, de faixas e de placas”, enumera Beto referindo-se às mudanças previstas no PL 6397.
Beto cobrou posições mais firmes da Câmara dos Deputados com relação a proposições como esta. “Sinceramente, acho que esta Casa poderia dar mais com relação à grande expectativa que a sociedade tem não aprovando apenas esses arranjos de última hora. Por isso o PSB vota contra o mérito”, afirmou o líder da bancada socialista.
A força-tarefa montada pelo PT para impedir a votação na noite desta terça-feira da minirreforma eleitoral do Senado deu resultados. Depois de mais de três horas de embates, a votação no plenário da Câmara foi adiada para esta quarta-feira (2) por falta de quórum.
Os deputados nem chegaram a iniciar a fase de discussão do projeto: votaram apenas a urgência da matéria, que foi aprovada, e dois requerimentos apresentados para obstruir a análise proposta. Uma sessão extraordinária foi marcada para as 13h30 de hoje com o projeto na pauta.
Para vigorar nas eleições de 2014 a minirreforma política precisa entrar em vigor até sábado, dia 5 de outubro. São quatro dias para que o projeto seja votado pela Câmara, submetido a uma nova votação no Senado para análise das mudanças feitas pelos deputados e sancionado pela presidente Dilma Rousseff.