Em resposta à proposta de redução do auxílio emergencial anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (1º), o PSB defende a manutenção do atual valor de R$ 600.
O valor do benefício, criado em abril para ajudar os trabalhadores informais que perderam renda por causa da pandemia do novo coronavírus, será cortado pela metade pelos próximos quatro meses, segundo Bolsonaro informou após reunião com ministros e parlamentares aliados no Palácio da Alvorada.
O líder do PSB na Câmara, deputado Alessandro Molon, reagiu contra o corte, afirmando que os R$ 600 são o mínimo necessário para se oferecer à população enquanto o Brasil estiver enfrentando a pandemia.
“É impensável que se reduza o valor do auxílio antes do fim da pandemia. O Brasil só não mergulhou numa crise econômica e humanitária ainda mais profunda porque o Congresso aprovou R$ 600, à revelia de Bolsonaro, que queria R$ 200. A oposição está consciente disto e por isso insistirá em manter o valor do auxílio em R$ 600. Esse dinheiro é fundamental para a sobrevivência dos brasileiros”, disse.
Molon destaca ainda que o PSB vai incentivar o uso da hashtag #600propovonãoprosbancos pela sociedade nas redes sociais como forma de pressionar o governo.
Segundo Bolsonaro, o valor de R$ 600 “é muito para quem paga”. A redução deve ser oficializada por Medida Provisória.
O deputado federal João Campos (PSB-PE), autor do Projeto de Lei 3503/2020, que estende o pagamento do auxílio até o fim do período de calamidade pública e em seu valor integral, também posicionou-se contra a decisão do governo.
“O governo federal quer derrubar o auxílio emergencial de R$ 600 que nós, deputados e senadores, conseguimos aprovar contra o desejo do ministro (da Economia) Paulo Guedes. Vale lembrar: desde o início das discussões, o Ministério da Economia defendia um auxílio de apenas R$ 200. Sou contra a redução do auxílio emergencial enquanto durar a calamidade”, afirmou.
O parlamentar Danilo Cabral (PSB-PE) também disse que vai atuar na Câmara contra a diminuição do benefício. “O governo federal tomou uma decisão na contramão daquilo que deveria ser o caminho para a proteção social das pessoas”, criticou e ainda defendeu a discussão de uma renda básica permanente para as famílias vulneráveis.
Além de diminuir o valor, o governo ainda pensa em endurecer as regras de acesso ao auxílio, sobretudo aquelas que beneficiam mulheres com filhos dependentes.
Segundo especialistas, ainda que o auxílio emergencial não tenha sido suficiente para reverter a queda de 9,7% do PIB no segundo trimestre deste ano, ele foi o principal responsável por garantir uma renda a 60 milhões de pequenos empresários, liberais e profissionais informais, além de desempregados. A queda poderia chegar a 18,2% no período sem o benefício.
Um estudo recente, desenvolvido pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mostra que o impacto econômico do auxílio beneficiou especialmente estados do Norte e Nordeste, regiões menos desenvolvidas e que concentram uma população mais carente.
No Nordeste, onde Bolsonaro teve os menores índices de votação em 2018, o impacto é, em média, de 6,5% do PIB de 2019, mais que o dobro do peso nacional, de 2,5%.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações do G1 e d’O Globo