O parecer sobre o pedido de cassação do deputado André Vargas (sem partido-PR), apresentado pelo deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), foi aprovado nesta quarta-feira (10) no plenário da Câmara dos Deputados por 359 votos a 1 e 6 abstenções. Na abertura da sessão, Júlio Delgado lembrou que o processo foi aberto em 9 de abril, completando oito meses até votação final. Com o resultado, André Vargas teve seu mandato cassado por quebra de decoro parlamentar, conforme recomendação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Relator do processo, Delgado destacou que mesmo assumindo todo ônus, o parecer passou a ser do Conselho. “Ele deixa de ser um parecer do deputado Júlio Delgado, até porque pessoalmente eu não tenho nada contra o deputado André Vargas, eu não tenho o motivo nem o objetivo de perseguir o deputado André Vargas. Se não fosse por um deslize, um feito que atenta contra a ética e contra o decoro parlamentar”, destacou no início da sessão.
De acordo com o documento, Vargas quebrou o decoro parlamentar ao ter atuado em favor do laboratório Labogen, do doleiro Alberto Youssef, em intermediação com o Ministério da Saúde. Em seu pronunciamento, o parlamentar socialista falou sobre sua responsabilidade no processo que culminou com a cassação de André Vargas. “Eu divido com o plenário da Câmara essa responsabilidade da instrução que me coube no conselho de ética, sabendo que eventuais resquícios dessa votação podem recair sobre o relator.”
O deputado do PSB ainda destacou sua posição sobre o assunto quando assumiu a responsabilidade em resgatar a imagem da Casa e da conduta parlamentar. “Palavras, gestos, opiniões, tráfico de influência, preferência e recebimento de benefícios pessoais, julguem isso na consciência de cada um dos senhores na hora de fazer o voto”, pediu.