A democracia e o sistema político foram levados ao nível de risco não apenas a partir da eleição do presidente Jair Bolsonaro, mas porque a classe política “deixou de fazer política”. Essa é a opinião do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, em entrevista ao canal do Youtube Os Brasileiros, do jornalista Alberto Almeida.
O presidente do PSB atribui à deterioração e ao enfraquecimento do sistema político a proliferação de siglas, os “maus costumes” da classe política e a desvalorização da atividade parlamentar.
Favorável ao fim das coligações, o presidente do PSB defende a premência da redução do número de partidos políticos para a formação de siglas fortes e com identidades claras.
“É preciso ser mais rigoroso para se ter um sistema político substantivo, capaz de responder aos anseios da população e estar mais em contato com a realidade do país. Por a isso que a reforma política é um tema que precisaria de estar na ordem do dia”, defendeu durante a entrevista que foi ao ar nesta quinta-feira (27).
“Mas com muita coragem. Se não conseguir cortar na carne para se revitalizar, para se sustentar, aí sim o perigo da democracia segue cada dia mais alto”, alerta.
Para Siqueira, a palavra que mais caracteriza o sistema político brasileiro é a “necrose”. “E a necrose tem que cortar e substituir por outra enquanto é tempo”, disse.
“O pensamento convencional que tem predominado na classe política e nos partidos precisa ser superado. Precisamos indicar gente nova para a política. É preciso indicar jovens, mas também personagens da vida nacional que possam levar a uma renovação da vida democrática brasileira”, diz.
“Se nós não fizermos isso, estaremos colaborando para o definhamento e até mesmo para o fim da democracia, que é o que já está acontecendo. Eu acho que é um pouco tarde, mas não é impossível ainda salvar a democracia, que é essencial para os direitos sociais, para os direitos da população e para o desenvolvimento estratégico do Brasil”.
Assista a íntegra da entrevista :