O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou em entrevista ao Jornal da CBN, na manhã desta sexta-feira (3), que todos os policiais do Estado estarão de sobreaviso para trabalhar no dia 7 de setembro durante as manifestações e declarou que atitudes do presidente acabam por aumentar a instabilidade no Brasil que já se tornou permanente e tem se agravado mais nos últimos meses.
“Essa instabilidade gera inflação, aumento do dólar, evasão de divisas, adiamento de investimentos, PIB com crescimento negativo e empobrecimento da população. Estamos a mais de um ano e meio com boa parte da população do país sobrevivendo de auxílios e doações, essa instabilidade leva a essa realidade”, explicou o governante.
Segundo ele, os protestos do Grito dos Excluídos vão ocorrer de manhã e os atos a favor do presidente Jair Bolsonaro, de tarde. Casagrande disse que, diferente de outros governadores, não está preocupado com a manifestação política de policiais, destacou que estabeleceu um diálogo com as Forças Armadas e tem muita convicção de que não haverá nenhum problema.
Para o governante, o Brasil está em constante instabilidade econômica e isso tira a esperança dos brasileiros de uma solução para a crise: “Nenhum país do mundo conseguiu prosperar e gerar oportunidades para a população sem estabilidade institucional”.
O Governador do Espírito Santo avaliou que o comportamento “aguerrido” e de enfrentamento adotado pelo presidente Jair Bolsonaro se comunica apenas com a sua base, “mas, neste momento de dificuldade que o Brasil está passando, o líder do país precisa se comunicar e falar com a maioria da população”, disse.
Em sua avaliação, não há ambiente no Brasil para um golpe. Ele afirmou que não há apoio internacional para esse tipo de comportamento e nem apoio das Forças Armadas, da população ou do Congresso. “Mas isso não afasta a instabilidade”, destacou.
Casagrande também declarou que os governadores vão atuar no Senado para tentar reverter a decisão da Câmara sobre a reforma do Imposto de Renda. Os destaques aprovados ontem, segundo ele, retiram mais de R$ 10 bilhões da arrecadação dos Estados.
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