A campanha internacional pela liberdade de cinco cidadãos cubanos ganhou força na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (21). As comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Direitos Humanos e Minorias, e Legislação Participativa realizaram mesa-redonda para discutir um assunto delicado: a situação dos cinco agentes presos nos Estados Unidos por terem monitorado planos terroristas, de dissidentes de ultradireita residentes no estado da Florida, contra Cuba.
Um dos objetivos da reunião foi reunir esforços para realizar uma visita aos presos, após tentativa inválida de contatar a embaixada norte-americana. Para a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), é importante que haja uma nova tentativa de comunicação para viabilizar a visita dos parlamentares aos cubanos.
“Esperamos que com isso possamos fazer um ato de pressão internacional por essas libertações. Nós acreditamos que se trate de uma prisão absurda e ilegal, que se põe contra a autodeterminação dos povos. O Brasil é um país que sempre manteve relações amigáveis com Cuba e tem o dever de buscar o apoio aos irmãos cubanos”, disse a socialista.
Se os esforços para mandar uma delegação para esta visita forem válidos, o deputado Glauber Braga (PSB-RJ) afirmou que deseja ser um dos integrantes. “O PSB é um dos partidos solidários à campanha e que espera estar a frente dessa batalha pela libertação dos cubanos. Quero ser um dos parlamentares a fazer a visita aos cubanos, respaldando esse ato político”, disse.
O assessor político da Embaixada de Cuba, Rafael Hidalgo, também esteve presente à mesa da reunião e explicou que essa luta representa bem a independência de seu país. “A luta pelos nossos cinco heróis é uma luta pelo nosso agir com independência. Se não houver esforço, não haverá resultados. Quero agradecer imensamente por todos brasileiros e brasileiras que estão trabalhando a favor da libertação destes prisioneiros”, resumiu Hidalgo.
Soldados da guerra-fria
Os cubanos Gerardo Hernández, Ramón Labañino, René González, Antonio Guerrero e Fernando González integram a Operação Vespa, cuja missão era obter informações sobre planos terroristas, permitindo assim que as autoridades do país pudessem evitar execução desses planos em território cubano. Os mesmos terroristas já haviam colocado uma bomba num avião, provocando a morte de 70 atletas cubanos, além de terem provocado várias explosões em locais turísticos.
Todos eles foram condenados a duras penas num julgamento político que, segundo advogados conhecedores do caso, violam as próprias leis estadunidenses e o Direito Internacional. Restrições de visitas de familiares, tortura psicológica e outros tratamentos desumanos, cruéis e degradantes, têm sido a realidade desses cidadãos nos cárceres norte-americanos.