No dia 1° de janeiro de 2007, Eduardo Campos repete a trajetória do avô Miguel Arraes, ao chegar ao Palácio do Campo das Princesas (sede do governo pernambucano) consagrado por mais de 60% dos votos.
Da tribuna da Assembléia Legislativa, Campos inicia seu discurso de posse assumindo como tarefa “escrever, com serenidade e determinação, uma história diferente, que inaugure um novo tempo para Pernambuco”.
“Um novo tempo em que as vítimas não sejam mais culpadas. Um tempo em que a desigualdade social extrema causa indignação, e não indiferença. E em que essa desigualdade seja combatida sem trégua, como se combate uma injustiça, uma doença física e moral”, afirmou.
Suas primeiras palavras soaram como eco das ideias defendidas décadas atrás pelo avô. Quase 43 anos antes – recordou Campos em seu discurso – Arraes ocupara a mesma tribuna pela primeira vez na condição de governador eleito. Em abril de 1964, Arraes fora deposto, preso e exilado, mas voltou ao país com a anistia e governou o Estado por duas vezes mais.
“Convivi com meu avô por mais de 20 anos. Ele me ensinou o essencial para a vida pública: a luta sem fim pela democracia, a defesa permanente da soberania nacional, a crença na força da organização popular, o compromisso com os excluídos. Dele ouvi que cada dia amanhecerá inevitavelmente, queiramos ou não. Mas o nosso futuro, o futuro de brasileiros, nordestinos e pernambucanos emancipados, econômica e politicamente, este nós teremos que conquistar a cada hora e a cada dia. E só nos será possível merecê-lo e conquistá-lo com trabalho e mais trabalho”, lembrou Campos em sua posse.
No governo, o socialista se projeta como um gestor eficiente, ousado e inovador. Em 2007, inicia um projeto de melhoria de gestão pública, em parceria com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) com ações planejadas nas principais áreas da administração.
Com o acompanhamento das ações e a verificação do cumprimento das metas em tempo real, o trabalho resulta em avanços importantes em áreas como saúde, educação e segurança. A gestão pernambucana se torna um case nacional e internacional.
Além do aperfeiçoamento da gestão, Campos consegue dinamizar a economia do Estado com investimentos públicos e privados.
Um plano estratégico intitulado Visão de Futuro – Pernambuco 2035 definiu as diretrizes para as gestões futuras, com base em cinco eixos: qualidade de vida, prosperidade, coesão social e territorial, instituições de qualidade e educação, e conhecimento.
As medidas fizeram com que Eduardo Campos ocupasse, em 2010, o topo do ranking de governadores avaliados pelo Instituto Datafolha. Naquele ano, ele é reeleito com 82% dos votos válidos e, em 2012, recebe o prêmio das Nações Unidas de Serviço Público, considerado o “Oscar” da gestão pública mundial. Em abril de 2014, deixa o governo para disputar a presidência da República, em uma chapa com a atual presidente da Rede Sustentabilidade, Marina Silva. No dia 13 de agosto, morre em um acidente aéreo, em Santos, São Paulo.
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