Deputados do PSB de diferentes Estados discursaram, na tribuna da Câmara dos Deputados, em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A votação do impedimento começa no domingo (17), a partir das 14h.
Veja os discursos dos socialistas:
Paulo Foletto (PSB-ES)
"Este não é um voto que dou com alegria. Não é um voto sobre o qual venho aqui falar, em nome do meu partido, nesta sessão de hoje, com alegria. Eu falo com tristeza, porque nós deveríamos, nesse período de 13 anos e meio, estar deslanchando, mas este Governo não se preocupou com a roubalheira."
Rafael Motta (PSB-RN)
"O art. 85 da nossa Constituição é bem claro quando diz que atos do Presidente da República que atentem contra a Magna Carta e a probidade na administração são crimes de responsabilidade. Portanto, meus amigos, impeachment é resgate social, é resgate ético, é resgate econômico. Vivemos momentos de mudanças, mudanças exigidas pela sociedade, mudanças necessárias para avançarmos até a consolidação de nossas instituições. Já avançamos muito. Toda essa conturbação que atravessamos nos trará um novo país, com pessoas mais ativas politicamente, com cidadãos mais participativos e capazes de tornar o Brasil mais forte."
Tadeu Alencar (PSB-PE)
"É este país que está sendo governado por uma presidente que, reeleita, não conseguiu comemorar a sua reeleição; que já em dezembro de 2014, depois de fazer uma campanha buscando a mistificação, o ilusionismo, vendendo um País que não existia, dizia desconhecer uma realidade econômica que hoje priva os brasileiros de um País que tenha tranquilidade. Passamos o ano de 2015 parados, como parados ainda estamos. (…) Não podemos olhar para isso com desdém ou fazer de conta que isso nunca existiu ou dizer que o processo de impedimento é golpe. Não há golpe quando funcionam claramente e livremente as instituições brasileiras, o Poder Judiciário, o Congresso, o Ministério Público, a Polícia Federal, a sociedade livre, a imprensa livre — uma imprensa chamada, hoje, de golpista, que até outro dia vivia uma lua de mel com o Governo da Presidente Dilma Rousseff.”
Flavinho (PSB-SP)
"Primeiro resolvemos a crise política pelo impeachment — é o dispositivo constitucional. Depois nós trabalhamos para resolver a crise econômica. E, nas eleições, sim, nós vamos resolver a crise moral, porque o povo brasileiro não é palhaço, o povo brasileiro não é otário e o povo brasileiro vai saber, nas próximas eleições, a começar pelas municipais, que nós vamos passar este País a limpo, que aqueles que estão esculhambando a nossa Nação estão com os dias contados.”
Heráclito Fortes (PSB-PI)
"Se esse impeachment está aqui hoje no seu processo inicial, nós o devemos à voz rouca das ruas. Esta Casa não tem sequer autoridade para comandar um processo de impeachment, mas nós somos a ressonância do Brasil. Quem está pedindo o impeachment, meus caros colegas, são os brasileiros, do Oiapoque ao Chuí, arrependidos do voto mal dado, comprometido no submundo da corrupção.”
Fábio Garcia (PSB-MT)
"Quero aqui também refutar, de forma veemente, a tese de que aqui existe um golpe. Se há crime, não há golpe. Os indícios de crime estão claramente evidenciados nos atos da presidente, como demonstra o relatório aprovado por ampla maioria na Comissão Especial do impeachment desta Casa. Se não votarmos pela continuidade deste processo, entraremos talvez para a história como aquela legislatura que impediu ou enterrou a continuidade de um processo de investigação sobre um crime de responsabilidade que está claramente evidenciado no relatório aprovado por ampla maioria nesta Casa. Além do mais, abriríamos no nosso País um enorme precedente de permissão a qualquer governante de descumprir a Lei Orçamentária, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a legislação do Brasil. Se houve golpe, certamente, não é neste processo de impeachment que tramita nesta Casa, realizado mediante um processo legal previsto na Constituição Federal, garantindo-se a todos a ampla defesa, o direito ao contraditório e cujo trâmite, em suas etapas, por várias vezes, passou pelo crivo da mais alta Corte deste País, o Supremo Tribunal Federal.”
Danilo Forte (PSB-CE)
"O Brasil precisa se reencontrar com a sua paz, oBrasil precisa se harmonizar dentro de um projeto capaz de reverter todas as dificuldades que foram geradas por um governo incapaz e ineficiente que trouxe tantos resultados maléficos para o nosso País. Somos um país do tamanho de um continente, um país de uma riqueza extraordinária, cujo povo está pagando um preço muito caro por este mau Governo, sem sombra de dúvida. A política econômica desteGoverno gerou crescimento negativo por 2 anos consecutivos e um exército de quase 10 milhões de desempregados. Este Governo precisa ser banido, este Governo fez a malversação dos recursos públicos. Por isto está sendo criminalizado, exatamente por suas deficiências, por sua irresponsabilidade na gestão da coisa pública.”
JHC (PSB-AL)
"Como dizia Santo Agostinho, a esperança tem duas filhas lindas: a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las."
Keiko Ota (PSB-SP)
“Não devemos nos deixar ser tomados por sentimento de ódio e vingança que nos cegam e nos fazem esquecer de nossa missão. Não podemos perder o foco de lutar e defender a população brasileira, e foi aqui que o governo atual errou”.
Luciano Ducci (PSB-PR)
"Na saúde, filas e mais filas. Crescem juntos a insegurança e a criminalidade que se sentem livres para agir. Lazer e cultura se tornam miragens no cotidiano da população. Sofre o comércio, mais empresas fecham, mais empregos são extintos. Por fim, cai a arrecadação e com ela a capacidade do Estado de oferecer serviços públicos dignos. Quando um partido assume uma série de propostas para ganhar uma eleição e depois, uma vez no poder, não as cumpre comete outra fraude: uma verdadeira pedalada moral e intelectual."
Tenente Lúcio (PSB-MG)
"Aguardamos a decisão dessa Comissão do Impeachment, ao mesmo tempo, consultamos as nossas bases. Conversei, nas nossas Minas Gerais, com os nossos empresários, com os nossos trabalhadores, com os nossos professores e alunos, e, após tudo isso, fizemos consulta popular aos nossos Prefeitos — mais de cem Prefeitos — e aos nossos Vereadores. Hoje eu estou votando sim, pelo impeachment, depois de pegar a resposta das nossas bases."
Rodrigo Martins (PSB-PI)
"O comércio está vendendo menos, as indústrias estão produzindo menos, as únicas coisas que crescem no País são os números do desemprego e da inflação, além do número de presos na Operação Lava-Jato. Ninguém está acima da lei. Quero lembrar a todos que nenhum mandato eletivo traz consigo um escudo ou um antídoto para práticas ilegais. A Presidente Dilma praticou, sim, as pedaladas. Usou dinheiro de instituições financeiras públicas para custear despesas de seu Governo sem prévia autorização legislativa. Se fosse esse o caso de algum Prefeito do meu querido Estado do Piauí, certamente este já estaria cassado."
Hugo Leal (PSB-RJ)
"A minha vida sempre foi marcada pela luta em defesa da democracia, entendida como vontade popular e respeito constitucional. Pautado nestes princípios, comunico a todos que, durante a votação na Câmara dos Deputados, assumirei o voto em favor da admissibilidade do processo de impeachment e a sua instauração pelo Senado Federal."
José Stédile (PSB-RS)
"Meus amigos, imaginem se a atual presidente da nossa Nação não fosse Dilma Rousseff! Imaginem se fosse qualquer outro e se o PT fosse de oposição! Imaginem se neste cenário nós tivéssemos a denúncia de roubalheira na Petrobras, se tivéssemos a denúncia de desvios nos fundos de pensão e se tivéssemos, como houve durante todas as semanas em que estive aqui, uma nova denúncia!"
Tereza Cristina (PSB-MS)
"O quadro de desgoverno que enfrentamos exige deste Congresso Nacional assumir sua responsabilidade para recolocar o País nos rumos da paz e do desenvolvimento. Os brasileiros são capazes de compreender a relação direta entre a incompetência de gestão, incapacidade de articulação política e corrupção, causadores do sucateamento da saúde, da educação, da segurança pública e de outras coisas mais"